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Toggle* Atualizado em 17/02/2023 às 12h30.
A gigantesca Pequena Amal caminhou pelas ruas de Nova York com sua cara séria, feroz e terna buscando sua mãe e um novo lar, parte de uma longa viagem da refugiada de 10 anos de idade que incluiu visitas a 85 cidades em 12 países. A jornada inclui ainda um encontro com o Papa, entre outras figuras mundiais, acompanhada e saudada por mais de um milhão de pessoas que lhe expressam as boas-vindas – sobretudo crianças.
Pequena Amal – um fantoche de aproximadamente 3,5 metros de altura – fez uma visita de três semanas entre setembro e outubro de 2022, com mais de 50 eventos em Nova York, onde visitou diversas partes da cidade, desde lugares icônicos a colônias de imigrantes, bailando em uma boda síria no Brooklyn, cumprimentando centenas de cidadãos no Lincoln Center, na Catedral de São Patrício e no Bryant Park, fazendo reuniões com grupos comunitários e artistas, caminhando pelas ruas desta “capital mundial”, frequentemente acompanhada de diferentes conjuntos musicais, desde a Orquestra da Ópera Metropolitana a tambores árabes e expressões caribenhas.
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Em quase todas as escalas, o mosaico de Nova York a saudou, muitos – sobretudo crianças – buscando tocá-la. Às vezes se escutava o grito de “bem-vinda, Amal”, e outras expressões de apoio e reconhecimento. Seu efeito é como o melhor do teatro – o público aceita a ilusão como verdade.
Amal não fala, não dá entrevistas coletivas, não faz declarações – só olha, saúda, às vezes baila – mas quase todos que se aproximam entendem sem explicações. Para outros, sua presença obriga a perguntarem, a procuram saber do que se trata isso.
Donald Judge | Flickr
O projeto inclui o Fundo Amal, no qual se pode contribuir com programas para refugiados jovens ao redor do mundo
Na zona zero
Em um evento perto do Rio Hudson e da chamada zona zero, Amal foi recebida por um músico que saiu da Síria há 22 anos e seu conjunto, e depois por vários imigrantes e refugiados – uma mulher da Polônia, outra do Sudão, um homem da Colômbia, outro mais do Zimbabwe – que contaram a ela e a centenas de famílias que chegaram para vê-la sobre suas próprias viagens, com uma afirmando que aqui, em Nova York, todos vêm de outros lugares e, portanto, “todos somos Amal”.
O projeto chamado The Walk é, segundo os organizadores, “uma celebração da migração e da diversidade cultural que conta a história sobre as contribuições dos refugiados e migrantes… Afirma nossa humanidade compartilhada sem importar idioma, cultura, finanças ou educação”.
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“Sim, os refugiados necessitam alimento e cobertas, mas também necessitam dignidade e uma voz. O propósito do The Walk é ressaltar o potencial do refugiado, não só suas circunstâncias difíceis”, conta Amir Nizar Zuabi, diretor artístico do projeto.
“A Pequena Amal mede 3,5 metros de altura porque queremos que o mundo cresça o suficiente para saudá-la. Queremos que ela nos inspire a pensar grande e agir [de forma] ainda maior”, declarou Zuabi.
Amal quer dizer “esperança” em árabe. Os eventos de boas-vindas são criados pelas comunidades que visita, seja um desfile, uma igreja, um centro de artes.
Sua primeira viagem foi da Turquia ao Reino Unido – um trajeto de mais de 8 mil quilômetros. A visita a Nova York foi coordenada pelo centro de artes e teatro St. Anne’s Warehouse.
O projeto inclui o Fundo Amal, no qual se pode contribuir com programas para refugiados jovens ao redor do mundo.
Amal foi projetada pela Handspring Puppet Company, com sede na África do Sul, e é operado por quatro pessoas, incluindo uma que precisa andar sobre pernas de pau.
David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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