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ToggleO candidato do Partido Peru Livre à Prefeitura Metropolitana de Lima, Yuri Castro, defendeu durante marchas, encontros e no debate com os outros seis postulantes ao cargo, neste domingo (11), uma ação conjunta com o presidente Pedro Castillo para assegurar “empregos, obras e direitos” aos cidadãos da capital onde residem mais de 10 milhões de pessoas. Por isso, destacou, “é essencial a defesa da democracia com o respeito ao voto, ameaçado de golpe pela tentativa de grupos direitistas minoritários que querem impor sua cartilha neoliberal derrotada nas urnas”.
Na avaliação de Yuri, “a destruição do Estado por Alberto Fujimori (1990-2000, que se encontra preso) e seu desgoverno, com uma onda de privatizações, ampliou e agravou os desafios impostos à população, gerando imenso desemprego, subemprego, fome e violência, que se reflete com maior gravidade na nossa capital”.
Neste sentido, enfatizou, “na luta contra o retrocesso, é chave somar com Castillo e assumir compromissos com o crescimento do nosso parque industrial, priorizando a criação de empregos para jovens e adultos, tendo como objetivo o desenvolvimento social e econômico da região metropolitana” – que engloba os 43 distritos [municípios] de Lima –, “fazendo com que volte a sorrir com prosperidade e humanidade, a partir de uma administração pública ágil, moderna e eficiente”.
Unidade com o Governo Castillo
O candidato do partido, cujo símbolo é o lápis, assinalou que “o Estado deve trabalhar lado a lado com o governo central em defesa da industrialização, apoiando a pequena e média empresa, que é a maior geradora de empregos, com linhas de crédito e baixas taxas de juros”. E é com este compromisso, reiterou, “que se torna imprescindível exigir com todas as forças vivas e em todas as frentes o cumprimento dos direitos sociais e trabalhistas, levantando a voz para que não virem letra morta”.
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“Precisamos criar mais e melhores empregos, com a aceleração e ampliação de obras como o metrô, o trem elétrico, teleféricos, corredores e anéis viários para agilizar o transporte público”, frisou. Essas medidas, exemplificou Yuri, além de incorporar dezenas de milhares de novos trabalhadores ao processo de desenvolvimento, “também garantirá uma efetiva melhoria da qualidade de vida para as famílias, diminuindo a imensa perda de tempo no trânsito”. Ele também acredita que é necessário dar uma resposta imediata à sociedade, enquanto são feitas as obras, “porque o cidadão não pode esperar”, colocando semáforos inteligentes e ampliando a fiscalização com profissionais capacitados, “redesenhando o plano de transporte e passando de uma média de 12 para 25 a 30 quilômetros por hora”.
Outro ponto inadiável, esclareceu o candidato do Peru Livre, “é a construção de moradias para a população de baixa renda, investindo recursos em saneamento básico, garantindo energia elétrica e levando até elas complexos educacionais e esportivos”. “Como admitir que em um distrito como Rimac, tão próximo à Praça de Armas [no centro], não tenhamos sequer água? Isso é inconcebível”, protestou.
Formação técnica e qualificação profissional
O investimento em formação técnica e qualificação profissional de jovens e mães chefes-de-família, reforçou, é igualmente inadiável, “multiplicando o número de servidores e fazendo com que sejam fruto de concursos públicos, que fiscalizem a qualidade e a agilidade dos serviços prestados”. Para isso, advertiu, “é chave a colaboração e supervisão da cidadania e da sociedade civil organizada, garantindo que as reivindicações se façam escutar”.
“A multiplicação das áreas verdes, com um programa sustentável de recuperação que impacte não somente os olhos dos turistas e dos cidadãos, mas o bolso das pessoas”, asseverou Yuri, é determinante para baratear o custo de vida na capital, “com plantações coletivas que apareçam já em curto e médio prazo, que se convertam em alimentação rica, saudável e de apoio ao projeto de panelas comunitárias”.
Encabeçando a lista do Peru Livre ao legislativo metropolitano, Pilar Santos recordou que “esta não é uma batalha qualquer”, pois Lima nos últimos 30 anos tem representado uma confrontação bastante complexa para as forças progressistas, que se enfrentam com o poder midiático e a candidatura de grandes empresários e banqueiros, “grupo que historicamente tem governado o país”. “É uma pequena elite que se coloca de costas para o povo, que está mais próxima de Nova Iorque, Londres ou Paris do que de um bairro periférico como Letícia, em que nos encontramos”, condenou.
“Havia uma senhora [Keiko Fujimori] que dizia que na periferia de Lima tinha apenas desordem, caos, ilegalidade e informalidade. Mas esta não é a cidade que queremos. Desejamos uma Lima com mais investimentos e justiça em que estes falsos políticos deixem de continuar parasitando o nosso povo”, acrescentou Pilar.
Entre outras obras, indicou a candidata, é importantíssima a construção de um teleférico para atender bairros populosos e extremamente íngremes, como Letícia. “Esta é uma necessidade imperiosa, urgente, e vale a redundância, porque há obras que estão para ser iniciadas e ficam sempre para depois, prejudicando a vida do cidadão e gerando mais dívidas para o Estado. Estamos aqui nos comprometendo a levar adiante obras para as quais inclusive já existem os recursos e permanecem paralisadas”, disse a candidata do Peru Livre.
Conforme Pilar, o governo metropolitano tem o importante papel de indutor da integração e da melhoria da qualidade de vida e “um dos exemplos é o distrito de Carabayllo, onde residi toda a minha vida, e o de San Luis de Iurigancho”. Entre estes dois distritos, explicou, “se demoram atualmente três horas para ir de um lugar a outro por não haver uma via de conexão”. Uma vez construída esta rodovia, “a viagem poderá ser feita em menos de meia hora”.
“Mais tempo para a família”
Por isso, um dos lemas da campanha de Yuri Castro à Prefeitura, reforçou a candidata, “é mais tempo para a sua família, multiplicando os investimentos no transporte urbano, gerando milhares de empregos e qualidade de vida”. “Agora há pouco subiste conosco centenas de escadas para uma reunião com a comunidade. Se nós sentimos a dificuldade do sobe e desce, imagina as pessoas mais velhas, aquelas que têm algum tipo de incapacidade ou precisam de um atendimento emergencial de saúde? E as crianças? Por isso estamos propondo iniciativas viáveis”, enfatizou.
Foto: LWS
As eleições acontecem no dia 2 de outubro, quando serão definidos o novo prefeito da região metropolitana de Lima, entre outras autoridades.
“Nós temos duas propostas: as Panelas Comunitárias [iniciativas de autogestão com pratos com preço de cerca de meio dólar] que foi a solução adotada por muitos vizinhos assim que começou a pandemia do Covid-19, institucionalizando como estrutura para garantir que as pessoas possam comer todos os dias, e a das Panelas Cheias, porque segue havendo fome, desnutrição e necessidades. O financiamento deve chegar ao conjunto dos cidadãos, pois este é um dever do Estado: assegurar a alimentação e a qualidade de vida às pessoas”, propôs Pilar.
Que lima seja exemplo de negociação coletiva
“Enquanto força de esquerda não caímos de paraquedas nesta disputa eleitoral. No meu caso, tenho 35 anos de idade e duas décadas de lutas populares, em que sempre afirmamos a necessidade de melhor qualidade de vida para os servidores municipais. Daí queremos que a Prefeitura de Lima seja um exemplo de diálogo, de negociação coletiva, que sirva de referência para o país”, apontou a candidata socialista.
De acordo com Pilar, “no caso específico da limpeza pública temos muitos trabalhadores sujeitos à terceirização, a quem se paga uma miséria e não recebem o respeito que todos merecem”. “Estes e outros que ainda estiverem submetidos a este tacão serão libertos”, concluiu.
No domingo, 2 de outubro, serão realizadas as Eleições Regionais e Municipais de 2022, com a definição do novo prefeito da região metropolitana de Lima, entre outras autoridades.
Show de horrores
O debate de Yuri Castro com os demais seis candidatos pela TV Latina, neste domingo, foi um verdadeiro show de horrores, com o canal tentando pautar a todo tempo a necessidade de um Estado policialesco que, para implementá-lo, faltaria penitenciárias para todos. Logicamente, de acordo com seus critérios, para os pequenos delinquentes, vítimas do mesmo sistema neoliberal a quem o canal e os grandes meios de comunicação veneram e dão sustentação, enquanto encobrem os crimes das grandes mineradoras, petroleiras, madeireiras e bancos transnacionais, convertidos em deuses pelos Tratados de Livre Comércio (TLC) aplicados por Fujimori.
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Para se ter uma ideia do caos em forma de programa, houve propostas desde ter como meta a prisão de 200 jovens diários até levá-los para o meio da selva amazônica. Sobre emprego e qualificação profissional nem uma vírgula. Em relação ao combate à corrupção dos contratos milionários nem sombra.
De forma vexaminosa fizeram uso da palavra Rafael López Aliaga (Renovação Nacional), aliado do ditador Fujimori, preso por assassinato e corrupção; Omar Chehade (Aliança para o Progresso), dono de várias universidades, denunciado por lavagem de dinheiro; o ex-jogador de futebol George Forsyth (Somos Perú), ex-prefeito de um município onde ficou famoso por agredir vendedores ambulantes e cujo principal marketing é falar “inglês, alemão e italiano” e Elizabeth León Chinchay (Frente da Esperança), de centro-direita, e Daniel Urresti (Podemos Peru), general direitista, acusado do assassinato de um jornalista. Afora Yuri Castro, concorre Gonzalo Alegría (Juntos pelo Peru), filho do escritor Ciro Alegria, que se apresenta como “centro-esquerda”, aliado do governo Castillo.
Leonardo Wexell Severo, colaborador da Diálogos do Sul, direto de Lima, Peru.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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