O coronavírus está infectando e matando negros e latinos de maneira assustadora nos EUA, segundo dados de vários Estados e cidades. A causa principal é a desigualdade no acesso à saúde e a cuidados médicos. Em Chicago, onde os negros são mais da metade dos que testaram positivo e 72% das mortes pelo coronavírus, representam menos de um terço da população.
“Esses números assustam”, disse a prefeita de Chicago Lori Lightfoot, que é a primeira negra a ocupar o cargo. Em Illinois, 43% das mortes e 28% dos contaminados são negros – grupo que representa apenas 15% da população. Uma desproporção semelhante se repete nos Estados de Michigan, Louisiana, Carolina do Norte e Carolina do Sul.
Para especialistas, as razões são as desigualdades estruturais crônicas próprias do capitalismo decadente estadunidense. Em tempos de quarentena, a maioria dos negros não pode se dar o “luxo” de trabalhar em casa. Isso os coloca em alto risco de contrair a doença para manter o lucro dos capitalistas gananciosos.
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A estrutura social dos EUA, marcada pelo racismo fundante no DNA da burguesia, cria as condições para barbárie
Desigualdades também deixam os negros com menos condições de terem seguro-saúde e mais propensos a terem doenças preexistentes. Além disso, há indícios de que os médicos encaminhem para testes poucos negros com sintomas da covid-19.
Em Nova York, a maioria dos mortos pelo coronavírus são latinos, segundo dados divulgados ontem pelo prefeito Bill de Blasio. Um relatório preliminar aponta que 34% dos 3,6 mil mortes por covid-19 são hispânicos, que constituem 29% da população da maior cidade americana, de 8,6 milhões de habitantes.
“É uma disparidade flagrante”, disse o prefeito democrata. De Blasio citou o idioma como um dos principais motivos para a maior letalidade entre os latinos, uma piada pronta! Os latinos são sistematicamente marginalizados e ocupam os postos mais precários de trabalho além de serem marginalizados nas periferias sem acesso a serviços básicos que são privados.
A estrutura social dos EUA, marcada pelo racismo fundante no DNA da burguesia, cria as condições para barbárie, é urgente um plano de emergência para conter os índices de contágio e morte da população. Um sistema de saúde único e estatal, controlado pelos trabalhadores e testes massivos para a população, não é possível que os conglomerados e monopólios da saúde privada sigam lucrando com a morte de milhares!
Redação Esquerda Diário
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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