O Brasil será o primeiro país fora do Reino Unido a receber a testagem em massa da nova vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2. As doses para os testes da ChAdOx1 nCoV-19 foram produzidas pela empresa italiana Advent-IRBM e desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a empresa farmacêutica AstraZeneca, além da fabricação, a parceria também será responsável pela distribuição mundial.
A primeira fase de testes clínicos da vacina, iniciada em abril na Europa, envolveu cerca de mil adultos entre 18 e 55 anos. A escolha da testagem na América Latina é consequência da menor circulação de vírus fora do continente europeu, tornando mais difícil a avaliação da eficácia da imunização.
Responsável por coordenar o estudo, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgou, nesta quarta-feira (3), que os testes, autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), começarão no início de junho. Serão recrutados cerca de dois mil voluntários e a seleção tem início previsto ainda para esta semana com pessoas do Rio de Janeiro e São Paulo.
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O Brasil será o primeiro país fora do Reino Unido a receber a testagem em massa da nova vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2.
Em entrevista à Agência AFP, a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, explicou que “poderão participar pessoas entre 18 e 55 anos, profissionais da área da saúde e pessoas com alta probabilidade de infecção, que trabalham em setores como limpeza e apoio às estruturas que estão atendendo os pacientes com Covid-19”.
Segundo a reitora, que classificou a testagem no país como “uma estratégia muito importante” pelo fato da Covid-19 estar em ascensão no Brasil, o prazo para observar os resultados é de aproximadamente dois meses, já que se trata “de uma situação emergencial, normalmente seriam de 12 a 18 meses”.
No fim de maio, a farmacêutica AstraZeneca divulgou o fato de ter obtido um financiamento de US$ 1 bilhão do governo estadunidense para a vacina, além de ter acordos que garantem a produção de pelo menos 400 milhões de doses.
Aqui no Brasil, os testes receberam aval do governo federal e, de acordo com a Unifesp, a Fundação Lemann cobrirá os gastos da infraestrutura médica e os equipamentos necessários.
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