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Washington aprofunda Guerra-Fria ao investir contra gasoduto russo; iniciativa prejudica venda do gás de xisto dos EUA

"Moscou não aceita tal retórica e não aceita a prática de sanções unilaterais ilegítimas", diz embaixador da Rússia em Washington
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Moscou

Tradução:

O embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antonov, rejeitou as ameaças de sanções e as acusações contra seu país, constantes no recente acordo entre Estados Unidos e Alemanha sobre o projeto Nord Stream 2.

Antonov disse que Moscou não aceita tal retórica, “assim como não podemos aceitar a prática de sanções unilaterais ilegítimas”, em declarações à imprensa, segundo a agência de notícias TASS.

Entenda o que está por trás do gasoduto que une russos e alemães e incomoda os EUA e Ucrânia

Ele garantiu que o tom hostil à Rússia da declaração contradiz o espírito das negociações entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Joe Biden, em Genebra.

De acordo com o que foi acertado entre Washington e Berlim, os Estados Unidos não vão impedir a conclusão do Nord Stream 2, mas se reservam o direito de agir diante do suposto “uso de energia pela Rússia como arma geopolítica na Europa” e para “justificar a agressão contra a Ucrânia”.

Responsabilidades da Alemanha

O documento também afirma que, em tais casos, a Alemanha terá de tomar “medidas rápidas” a nível nacional e “insistir numa ação eficaz a nível da União Europeia”.

“As tentativas de nos apresentarmos como agressores e como um país realizando atividades maliciosas se tornaram a marca registrada dos russófobos. As ameaças que nos são dirigidas são infundadas e inúteis”, disse Antonov.

"Moscou não aceita tal retórica e não aceita a prática de sanções unilaterais ilegítimas", diz embaixador da Rússia em Washington

Sputnik / Sergei Guneev
Estados Unidos não impedirão a conclusão do Nord Stream 2

Ele enfatizou que a Rússia provou ser um parceiro confiável ao longo de muitos anos de interação honesta com a Europa e outros consumidores de hidrocarbonetos.

A importância geopolítica do mega-gasoduto construído para interligar China e Rússia

“Nunca impusemos nossos suprimentos a ninguém, não usamos os recursos energéticos como instrumento de pressão política e não tentamos resolver nenhum objetivo oportunista que nos é atribuído”, disse.

O diplomata denunciou que por trás de tais acusações aparecem as tentativas dos Estados Unidos de estabelecer uma concorrência desleal.

O Nord Stream 2 facilitará a movimentação de até 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano da Rússia para a Alemanha através do fundo do Mar Báltico, mas prejudicará as empresas estadunidenses que vendem gás natural de xisto para países da região.

Antonov alertou que a construção deste gasoduto, como a de outros pela Rússia, é objeto de acordos comerciais com os Estados interessados no combustível da nação euroasiática.

“A Rússia está pronta para fornecer exatamente a quantidade de hidrocarbonetos de que os consumidores precisam”, disse ele.

Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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