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Foto: Javier Etxezarreta, EU2023ES / Flickr

“Objetivo do Vox e PP é que eu renuncie”, reitera Sánchez sobre investigação contra Begoña Gómez

Ainda segundo Sánchez, decisão de convocar sua esposa para depoimento poucos dias antes das eleições para o Parlamento Europeu "estranha”
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Beatriz Cannabrava

Begoña Gómez, esposa do presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, está convocada a depor em um tribunal no próximo dia 5 de julho, onde terá que esclarecer sua participação em um suposto esquema de corrupção e tráfico de influência. Gómez foi citada como “investigada”, o que a torna a primeira esposa de um presidente do governo espanhol nesta situação.

O juiz instrutor, Juan Carlos Peinado, tomou essa decisão contra o relatório elaborado pela Unidade Central Operativa (UCO) da Guarda Civil, que não encontrou indícios de crime em sua atuação, e em resposta à denúncia apresentada pelo sindicato de extrema-direita Manos Limpias, o mesmo que levou aos tribunais a filha e o genro do rei emérito da Espanha, Juan Carlos de Borbón.

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Sánchez respondeu à citação com uma nova carta à cidadania, na qual acusou a guerra suja da direita e da extrema-direita.

Cartas de recomendação em programa de mestrado

O juiz Peinado mantém uma investigação em torno de Begoña Gómez, focada em suas cartas de recomendação para conseguir subsídios públicos para seu chefe e sócio, o empresário Juan Carlos Barrabés, com quem criou um programa de mestrado específico de “Transformação Social Competitiva”.

O magistrado considera que, de acordo com a Lei de Enjuizamento Criminal, “apreciam-se elementos que justificam a aparente suspeita inicial de indícios da concorrência de elementos de fatos delitivos por parte da investigada”, pelo que considera “aconselhável” citá-la para depor no próximo dia 5 de julho.

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A decisão de Peinado é respaldada por uma decisão conjunta da Audiência de Madrid, que decidiu continuar com a investigação, contra o critério do Ministério Público, que solicitou o arquivamento da causa.

A investigação baseia-se em publicações em meios de comunicação, que até agora não foram desmentidas por Begoña Gómez, nas quais foram apresentados documentos assinados em que a própria esposa de Sánchez intercedia pelas empresas de seus sócios para a obtenção de subsídios públicos. Daí que o juiz centre sua investigação em averiguar se Gómez, em sua condição de esposa do presidente do Governo, ofereceu sua influência pessoal de recomendação na adjudicação desses contratos públicos em favor de determinadas empresas que, paralelamente, lhe prestaram suporte para o desenvolvimento de sua carreira profissional.

Sanchez: “Objetivo é me abalar no plano político e pessoal”

Em resposta à citação de sua esposa, Sánchez lançou uma nova “carta à cidadania”, na qual advertiu que tanto ele quanto sua parceira souberam pela mídia da decisão do juiz e que “esta decisão é anunciada apenas cinco dias antes das eleições para o Parlamento Europeu, o que é estranho” e apontou diretamente para o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, e de Vox, Santiago Abascal, acusando-os de “usar todos os meios ao seu alcance com o objetivo de me abalar no plano político e pessoal”.

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“O objetivo deles é que eu renuncie, que eu demita” e, por isso, fez um apelo à cidadania para dar a “resposta que eles merecem nas urnas: condenação e rejeição às suas más práticas”.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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