Professores, funcionários públicos, trabalhadores do ensino superior, pessoal do serviço de fronteiras, ferroviários e outros trabalhadores dos transportes. Um universo estimado de meio milhão de pessoas está abrangido pelas várias convocatórias de greves no Reino Unido para esta quarta-feira (1º), sendo considerada a maior nos últimos dez anos.
Este dia é o ponto mais alto de uma luta que dura há vários meses. O ONS, o departamento nacional de estatísticas britânico, contabiliza, entre junho e novembro de 2022, 1,6 milhão de dias de trabalho “perdidos” devido a conflitos laborais. E só em novembro passado foram 467 mil, o que é um número recorde só superado nos últimos tempos pelo ano de 2011.
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Protesta-se em geral por melhores condições de trabalho e salários face à inflação que atinge os 10,5%, mas também contra a nova lei das greves. Nesta terça-feira, o Partido Conservador fez aprovar na generalidade no parlamento britânico esta medida que limitará o direito à greve ao colocar a determinação de serviços mínimos nas mãos do governo e obrigará os sindicatos a pagar multas quase estes sejam quebrados.
TV Cultura | Reprodução
Em 17 de fevereiro será a vez dos trabalhadores do British Museum e para 6 de março há já uma convocatória de greve que abrange professores
Ao nível salarial, os professores exigem um aumento de 12% que, alegam, não compensa sequer os 24% que foram perdendo desde 2010 por causa da inflação.
O governo apenas quer aumentar 5%. Aos maquinistas, por sua vez, foi proposto um aumento de 4% pelo ano passado e de outros 4% por este. Mas o acordo é recusado porque implica a aceitação de várias condições compensatórias como a obrigatoriedade de trabalho ao domingo. Pelo menos 15 transportadoras ferroviárias enfrentam a greve nesta quarta-feira, assim como algumas empresas de autocarros.
Já os funcionários públicos foram aumentados em 2%, mas pretendiam 10%, uma vez que o que o governo quer desembolsar os faz perder muito. 124 departamentos estatais serão portanto afetados por esta paralisação.
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A onda grevista não vai ficar por aqui. Os enfermeiros do Royal College of Nursing, GMB e Unite entram em greve para a semana. Os fisioterapeutas também o farão na próxima quinta-feira e no dia seguinte serão os motoristas de ambulância. A 17 de fevereiro será a vez dos trabalhadores do British Museum. E para 6 de março há já uma convocatória de greve que abrange professores e trabalhadores do NHS, o serviço nacional de saúde britânico.
Ainda não agendada mas já decidida, está uma greve de bombeiros e do pessoal de apoio das salas de controlo. É a primeira vez em 20 anos que entrarão em greve uma decisão votada favoravelmente por 88% num escrutínio com a participação de 73% dos membros. Os trabalhadores rejeitaram um aumento de apenas 5%, sendo que perderam 12% do seu poder de compra desde 2010. Mas dizem-se dispostos a anular a decisão de entrar em greve se num prazo de dez dias as condições forem melhoradas.
Redação Esquerda.Net
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