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ToggleCom 73 votos a favor e 43 contra, o Congresso peruano atribuiu, nesta terça-feira, um voto de confiança ao gabinete liderado pelo primeiro-ministro Alberto Otárola, apoiando a repressão nas regiões “rebeldes” e confirmando a aliança existente entre executivo e Parlamento, onde a extrema-direita tem um peso decisivo.
As forças progressistas e de esquerda, às quais ministros chamaram de “assassinos”, posicionaram-se contra o governo, tendo ainda pedido a demissão da presidente da República, Dina Boluarte.
46 mortes depois da destituição de Castillo, em 7 de dezembro de 2022, alguns congressistas juntaram-se às demandas que o povo “llano” tem feito nas ruas: demissão de Boluarte, encerramento do Congresso, eleições antecipadas já em 2023, criação de uma Assembleia Constituinte, uma nova Constituição.
Segundo refere a Kawsachun News, as regiões sul-andinas e a amazônica continuam a não acatar o golpe, e a região aymara de Puno, junto à fronteira com a Bolívia, tem sido o epicentro mais recente dos protestos.
Delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos deve chegar nesta quarta-feira (11) ao país para avaliar a situação
Reações ao massacre em Juliaca, na região de Puno
Na cidade de Juliaca, no departamento de Penu, foram massacrados 17 civis, na segunda-feira (9), a qual se juntou a morte de um policial, ontem.
Depois disso, o primeiro-ministro, que decretou toque de recolher obrigatório em todo o departamento, fez a defesa da Polícia e das Forças Armadas no Congresso, aplaudido pelas bancadas da extrema-direita, que pediram, inclusive, “maior dureza” em lidar com a convulsão social no Peru, indica a Prensa Latina.
Entretanto, o governador de Puno, Richard Hancco, pediu a demissão de Dina Boluarte e disse compreender a posição de uma grande parte da população, que a considera traidora.
Peru: reprimidos por militares, atos por Castillo ganham força e advertem: “não nos subestime”
Disse ainda que é falso que os manifestantes estejam armados e tenham explosivos, e que os protestos sejam financiados por atividades ilegais, como referiu o primeiro-ministro.
Hancco afirmou que a população de Puno participa de forma massiva nos protestos e que se recusa a fazer “um apelo à calma quando matam inocentes”. “A autoridade ganha-se com o respeito do povo, não com balas”, disse.
Em Lima, uma congressista de direita afirmou que as vítimas do massacre de Juliaca foram mortas por “terroristas infiltrados”.
Entretanto, informa a TeleSur, uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos deve chegar nesta quarta-feira ao país para avaliar a situação.
Já a Procuradoria-Geral do Peru anunciou uma segunda investigação contra Boluarte, considerando os eventuais crimes de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves.
O inquérito abrange vários membros do governo e está relacionado com a perda de 28 vidas, em dezembro passado, nas regiões de Apurímac, La Libertad, Junín, Arequipa e Ayacucho, e com o massacre de Juliaca, na segunda-feira.
Redação | AbrilAbril
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