A diretora do Centro Nacional de Inteligência (CNI), Paz Esteban, compareceu ontem diante da comissão de segredos oficiais do Congresso dos Deputados e confirmou que se submeteu a vigilância e acompanhamento a um total de 18 líderes independentistas, entre eles o atual presidente da Catalunha, Pere Aragonés.
Esta espionagem foi revelada pela Universidade de Toronto e pela revista The New Yorker, está crescendo e a partir do independentismo são exigidos esclarecimentos e demissões ao “mais alto nível”.
Esteban compareceu diante de uma comissão parlamentar singular, pois é a única na qual todos seus membros estão obrigados a guardar estrito segredo de tudo o que aí se disser. O encontro foi feito com porta fechada, estão proibidos os celulares e nada do que se disse se faz público, pois se considera segredo oficial do Estado.
Flickr: Christophe Morin
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Recentemente, em uma iniciativa do Partido Socialista Obrero Espanhol, abriu-se pela primeira vez essa comissão a todos os partidos do Parlamento, incluídos os independentistas catalães e bascos e os representantes de Unidas Podemos e o Partido Nacionalista Vasco.
Na primeira sessão se confirmou que a partir do CNI espionou-se nos últimos três anos a 18 representantes do separatismo catalão por causa da declaração unilateral de independência falida de 2027 e o processo posterior, no qual se julgou uma parte de seus dirigentes, enquanto outros membros do governo se refugiaram em países europeus.
Apesar da confidencialidade à qual se comprometem os membros da comissão, versões vasadas por assistentes indicaram que Esteban explicou que o acompanhamento a essas 18 pessoas foi ordenado sob o ampara de um juiz, que em função dos argumentos e provas apresentadas pelo serviço de inteligência, autorizou a espionagem que permitiu o acompanhamento e a captação de dados dos celulares através do chamado programa Pegasus, elaborado e operada por uma empresa israelense.
Entre as pessoas espionadas se encontram, além de Aragonés, o ex-presidente catalão Carles Puigdemont (refugiado na Bélgica), líderes separatistas como Josep Lluis Alay, Marcel Mauri e o deputado Carles Riera.
“Estamos perante uma flagrante violação do direito à privacidade, à participação política e institucional, tanto das pessoas espiadas como de todos aqueles que com elas têm estado relacionados”. E, portanto, Aragonés disse: “não se pode adiar a assunção de responsabilidades”.
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