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Cinemateca | Catastroika: a privatização da democracia

Catastroika mostra em detalhes como as políticas neoliberais e privatizações, iniciadas nos anos 1980, arrasou economicamente a Grécia
João Baptista Pimentel Neto
Diálogos do Sul
Rio Claro (SP)

Tradução:

Em um cenário em que um governo corrupto e ilegítimo promove a destruição do país. E no qual o novo presidente eleito e seu futuro superministro da Economia prometem aprofundar e radicalizar a aplicação do modelo neoliberal na condução das políticas públicas, assistir ao documentário “Catastroika: a privatização da democracia“, dirigido por Aris Chatzistefanou e Katerina Kitidi, pode ajudar a entendermos o que realmente está por detrás desta situação.

O neoliberalismo em estado terminal: E se a tirania dos mercados estiver chegando ao fim?

O filme nos ajuda a entender a ideologia que está por de trás de governos que estrangulam ou estrangularam serviços públicos fundamentais, elegendo os funcionários públicos como bodes expiatórios.

Catastroika mostra em detalhes como as políticas neoliberais e privatizações, iniciadas nos anos 1980, arrasou economicamente a Grécia

Divulgação
Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

catastroika-121572246-largeO documentário é produzido pelos mesmos produtores de “Dividocracia” e trata da privatização de setores-chave da economia, tais como: comunicações, energia, transportes e água.

Lançado na Grécia em 2012, o documentário apresenta as políticas privatizantes aplicadas na Rússia de Boris Iéltsin, na Inglaterra de Margaret Thatcher e nos EUA de Ronald Reagan, até chegar na Grécia, o documentário nos mostra como a ideologia neoliberal  — que prega o Estado Mínimo — funciona na prática, ou seja, a utilização do próprio Estado para transferir patrimônio público para os interesses privados.

“Catastroika” mostra em detalhes como as políticas neoliberais e privatizações, iniciadas nos anos 1980, arrasou economicamente a Grécia. E como tais políticas foram — e ainda estão sendo — aplicadas em outros países na zona do Euro e em vários países latino americanos.

“Catastroika: a privatização da democracia” nos ajuda a entender a ideologia que está por de trás de governos que estrangulam ou estrangularam serviços públicos fundamentais, elegendo os funcionários públicos como bodes expiatórios para apresentarem, em seguida, a privatização como solução óbvia e inevitável. Sacrifica-se a qualidade, a segurança e a sustentabilidade, provocando, invariavelmente, uma deterioração generalizada da qualidade de vida dos cidadãos.

“Catastroika: a privatização da democracia” evidencia, por exemplo, que o endividamento consiste em uma estratégia para suspender a democracia e implementar medidas que nunca nenhum regime democrático ousou sequer propor antes de serem testadas nas ditaduras do Chile e da Turquia.

O objetivo é a transferência para mãos privadas da riqueza gerada, ao longo dos tempos, pelos cidadãos. Nada disto seria possível, num país democrático, sem a implementação de medidas de austeridade que deixem a economia refém dos mecanismos da especulação e da chantagem — o que implica, como vimos na Grécia, no total aniquilamento das estruturas basilares da sociedade, nomeadamente as que garantem a sustentabilidade e a coesão social.

Produzido por meio de contribuições do público, o filme conta com o testemunho de nomes como Slavoj Žižek, Naomi Klein, Luis Sepúlveda, Ken Loach, Dean Baker e Aditya Chakrabortyy. 

Veja o documentário, post seus comentários e compartilhe com seus amigos através das redes sociais:

Assista

Ficha Técnica

Título original: Catastroika: privatization goes public.
Lançamento: 2012 (GRE).
Direção: Aris Chatzistefanou /Katerina Kitidi.
Duração: 87 min.
Legenda: Português, Inglês, Francês e Alemão.
Gênero: Documentário.  

João Baptista Pimentel NetoJornalista da equipe da Diálogos do Sul

** O documentário foi disponibilizado por completo, respeitando a lei que estabelece os direitos autorais para este arquivo (Creative Commons). Vale ressaltar que ele foi colocado para a livre divulgação pelos próprios autores.  


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
João Baptista Pimentel Neto

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