No último sábado (8), o presidente Gustavo Petro notificou as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que operam no departamento do Cauca, que a ofensiva do exército será total depois que esta região do sudoeste do país foi alvo de ataques com explosivos que causaram danos materiais significativos em instalações da polícia.
Usando projéteis artesanais de alta potência, unidades guerrilheiras atingiram as instalações de uma estação de segurança pública em Popayán, a capital do departamento mais afetado pela onda de violência desencadeada após o rompimento do cessar-fogo entre o governo e os insurgentes, em 17 de março.
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Horas antes, a praça principal da cidade de Robles, também no Cauca, foi abalada pela explosão de um carro-bomba estacionado a 100 metros da estação de segurança pública, ação atribuída pelas autoridades locais ao grupo Jaime Martínez das dissidências das FARC conhecidas como Estado-Maior Central (EMC). Após acusar o EMC de trabalhar para traficantes de drogas, o presidente Petro advertiu que enquanto não decidirem desmantelar as economias ilícitas, não haverá conversas de paz.
O chefe de Estado, que promove uma estratégia conhecida como paz total, afirmou que a ordem dada às forças militares é neutralizar o EMC no Cauca. Situado estrategicamente em uma cadeia montanhosa da cordilheira dos Andes, com saída para o oceano Pacífico, o Cauca tem sido um campo de batalha por seis décadas, mas também um território desejado pelos cultivadores de coca, que têm uma logística muito boa para o processamento da cocaína e sua exportação para os mercados internacionais pelo Pacífico.
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Após a assinatura dos acordos de paz com as FARC em 2016, a região do Cauca registrou uma queda significativa nos índices de violência, mas diante do descumprimento do pactuado pelo Estado, surgiram novos grupos armados, que hoje exercem um controle quase absoluto do território.
Depois de muitos obstáculos, o governo e o EMC iniciaram diálogos de paz em 2023, mas em março passado, devido a ataques de unidades guerrilheiras a líderes indígenas do Cauca, essa dissidência das FARC se dividiu, deixando de fora das negociações as frentes do sudoeste do país, alvo da atual ofensiva militar.
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Informes das forças militares estimam que o EMC tenha cerca de 3 mil homens armados, metade deles envolvidos no processo de paz. As frentes dessa dissidência operam em pelo menos 11 estados do país, e tanto seu discurso quanto sua iconografia são uma réplica das extintas FARC, fundadas em 1964.
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