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Decisão da Bolívia de romper relação com Israel segue direito internacional e "respeito à vida"

Laço diplomático já havia sido rompido em 2009, também em razão dos crimes sionistas contra Gaza, mas foi retomada pelo governo golpista de Ánez
Leonardo Wexell Severo
ComunicaSul
São Paulo (SP)

Tradução:

O governo boliviano anunciou nesta terça-feira (31) o rompimento das relações diplomáticas com Israel pelos “crimes de guerra e lesa-humanidade” cometidos pelo regime sionista contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Em comunicado, a Bolívia também defendeu “a cessação do bloqueio que impede a entrada de alimentos, água e outros elementos essenciais à vida, violando o direito internacional e o direito humanitário internacional”.

A decisão foi anunciada pela ministra da Presidência e chanceler María Nela Prada e pelo vice-chanceler Freddy Mamani numa declaração à imprensa na Grande Casa do Povo.

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Em reunião com o embaixador da Palestina, Mahmoud Elalwani, na segunda-feira (30) o presidente Arce antecipou a decisão de responder à política de genocídio adotada pelo regime sionista, com a matança indiscriminada de civis.

“Rejeitamos os crimes de guerra cometidos em Gaza. Apoiamos iniciativas internacionais para garantir a ajuda humanitária, em conformidade com o direito internacional”, defendeu o líder boliviano.

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“Não podemos permanecer calados e continuar permitindo o sofrimento dos palestinos, especialmente dos meninos e meninas que têm o direito de viver em paz”, ressaltou Arce, citando, entre outros crimes deploráveis, o bombardeio israelense a hospitais.

“Apelamos ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que evite que ocorra um genocídio do povo palestino e para que encontre uma solução definitiva para a Palestina exercer o seu direito à autodeterminação, ao seu território sem ocupações ilegais e consolide o seu livre e independente Estado”, acrescentou Arce.

Laço diplomático já havia sido rompido em 2009, também em razão dos crimes sionistas contra Gaza, mas foi retomada pelo governo golpista de Ánez

ComunicaSul
O governo Arce anunciou o envio solidário de alimentos à Faixa de Gaza para minimizar a desgraça da agressão sionista




Repúdio e condenação

Freddy Mamani apontou que a decisão surge “em repúdio e condenação à agressiva e desproporcional ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, que até agora causou milhares de vítimas civis e o deslocamento forçado de palestinos”.

“Consequente com os princípios e propósitos da carta das Nações Unidas, os direitos à vida, à liberdade, à paz e à rejeição de todos os tipos de tratamento cruel, desumano ou degradante”, explicou, “a Bolívia decidiu romper relações diplomáticas com o Estado de Israel”.

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Acima de tudo, enfatizou María Nela Prada, esta é uma posição “de princípio de respeito à vida”, de um governo que desde o início do conflito em 7 de outubro vinha fazendo um “apelo urgente à paz, à redução da violência, à preservação da vida e dos direitos humanos”.

Comprometido com a ajuda humanitária, o governo Arce anunciou o envio solidário de alimentos à Faixa de Gaza para minimizar a desgraça da agressão sionista, que até o momento já custou a vida de mais de 8.500 palestinos e provocou mais de 21.500 feridos.

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O ex-presidente Evo Morales (2006-2019) propôs ainda “declarar Israel como um Estado terrorista” e que seja apresentada uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por “crimes de guerra e de lesa-humanidade”.

Após terem sido rompidas as relações com Israel em 2009 por matanças e torturas indiscriminadas contra a população palestina, as relações diplomáticas tinham sido retomadas pelo governo golpista de Jeanine Ánez – atualmente presa -, reconhecida por sua vassalagem aos Estados Unidos.

Leonardo Wexell Severo | ComunicaSul 


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Leonardo Wexell Severo

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