Os Estados Unidos autorizaram o emprego de uma sugestão de um médico cubano residente nesse país como paliativo contra a epidemia da Covid-19, informam hoje meios de comunicação.
Arturo Cassadeval, pesquisador da Johns Hopkins, e oriundo da cidade cubana de Sancti Spíritus, abordou o problema em fevereiro em um artigo de opinião no The Wall Street Journal.
O especialista sugeriu que o uso de plasma de pacientes que adoeceram do vírus poderia ajudar a conter a pandemia à espera da descoberta de uma vacina, algo que poderia tardar entre 12 e 18 meses
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Arturo Cassadeval, pesquisador da Johns Hopkins
O novo tratamento foi autorizado na terça-feira (24) pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos, a entidade que autoriza o uso de novos medicamentos, vacinas e outros produtos relacionados com a saúde pública no país.
A FDA anunciou que este método só poderá ser usado em pacientes que estão em estado crítico e cuja vida corre perigo e, além disso, os médicos que o administrem terão que pedir autorização prévia.
O Projeto de Plasma Convalescente Covid-19 está constituído por médicos e cientistas de mais de 20 instituições que se uniram nas últimas semanas para encontrar uma fórmula para poder combater de forma eficaz o novo coronavírus.
A ideia será empregada na cidade de Nova York, considerada na atualidade como o epicentro do mal nos Estados Unidos e que registra, segundo cifras recentes, mais de 25 mil 600 contagiados.
A sugestão, tomando em conta seu bom desempenho contra a chamada gripe espanhola de quase um século que matou milhões de pessoas, aumenta as considerações de que um antídoto contra a pandemia ou paliativos podem ser encontrados em esforços anteriores contra males que golpearam a humanidade.
As pesquisas atuais foram iniciadas na Universidade Johns Hopkins em Baltimore com o propósito de desacelerar e tratar pacientes com plasma sanguíneo daqueles que já se recuperaram da doença.
Segundo Cassadeval o tratamento data de séculos atrás e também foi usado durante a epidemia de gripe de 1918, uma época na qual não existiam as vacinas modernas nem os medicamentos antivirais.
Mario Cuomo, governador de Nova York, disse que este é um ensaio para pessoas que estão em estado grave, mas o Departamento de Saúde estatal tem trabalhado nisso com algumas das melhoras agências de atendimento médico da cidade, e acreditamos que é prometedor, e nós vamos começar isso esta semana.
“É uma grande notícia. Quando começamos a falar disto há algumas semanas, era só uma ideia, e agora parece que se tornará realidade”, disse Casadevall, um especialista em doenças infecciosas da Escola de Saúde Pública Bloomberg da Johns Hopkins.
Médicos de quase duas dúzias de hospitais se uniram ao esforço dirigido pela Johns Hopkins, entre eles pesquisadores da Clínica Mayo em Minnesota, o Centro Médico da Universidade de Stanford na Califórnia e o Colégio de Medicina Albert Einstein em Nova York.
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Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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