Na reta final da campanha eleitoral no País Basco, que neste domingo (21) elegerá um novo Parlamento e governo autônomo, o candidato da coalizão da esquerda independentista basca, Pello Otxandiano, decidiu pedir “perdão” às vítimas da violência exercida pela organização armada ETA durante quase quatro décadas de existência. Diante da pressão política e midiática para que se distanciasse de forma clara do ambiente da ETA, o líder da EH-Bildu instou a população à qual aspira governar “a avançar para a reconciliação”.
Aldaketaren arkitektoak dira alkateak. Gertuko politika, zintzoa, herri interesak lehenesten dituena eta kooperazioan oinarritutakoa.
El cambio emprendido el 28 de mayo se consolidará a partir de este domingo. Las y los alcaldes de @ehbildu son arquitectas del cambio. pic.twitter.com/IwQs8WaBeX
— Pello Otxandiano Kanpo (@PelloOtxandiano) April 19, 2024
Em uma entrevista televisiva e depois que a posição da esquerda abertzale em relação à ETA se tornou o principal assunto da campanha, Otxandiano explicou que sua formação está “rumo à reconciliação e à construção de uma memória plural e no respeito, na reparação, no reconhecimento, na reparação de todas as vítimas sem exceção”. E pediu aos demais partidos “tirar este tema do contexto eleitoral”. Otxandiano afirmou que “se eu for lehendakari, assumo em primeira pessoa a tarefa de levar este processo até o final”.
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O candidato do EH-Bildu expressou ainda seu “respeito absoluto e proximidade à dor de todas as vítimas e em especial às vítimas da ETA“. “Nós temos uma postura muito contundente e assertiva no caminho para a reconciliação e na construção de uma memória plural e no respeito, na reparação, no reconhecimento, na reparação de todas as vítimas sem exceção”.
O líder da esquerda independentista basca também reconheceu que “uma das tradições políticas que hoje pertence à EH-Bildu foi agente de dor no passado (em referência ao Sortu, antes Batasuna), depois foi parte da solução e hoje acredito que a EH-Bildu está em condições de ser agente da reconciliação; e a prova disso é que nas minhas listas há pessoas ameaçadas pela ETA na época”.
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De acordo com as últimas pesquisas, a plataforma da EH-Bildu poderia se tornar o partido mais votado na região, o que seria um marco histórico para a esquerda independentista, que pela primeira vez superaria o historicamente hegemônico Partido Nacionalista Basco (PNV).
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