Desde antes das eleições, já havia forças conspirando para impedir que Gustavo Petro tomasse posse. Uma troca pública de mensagens entre o presidente eleito e o ex-presidente Uribe deixou sem ar os “conspiradores” que não desistiram de sua tentativa.
A revista inglesa The Economist, em sua análise prospectiva, de dezembro de 2023, afirmou: “há quem acredite que é pouco provável que o governo de Gustavo Petro, o primeiro presidente abertamente esquerdista deste país, dure até o final de seu mandato em 2026.” Em um meio de comunicação de alto nível e com um prestígio a proteger, é claro que não se trata de um boato e sim de uma dedução informada.
Esta primeira chave mostra que as altas esferas buscam a saída de Petro. Dirigentes da oposição, como que entre aplausos em um evento de conspiradores em Medellín, instruiu: “Nosso desafio é que Petro não fique os quatro anos”. Hoje também o “Jamais irei… porque deixarei muitíssimos Zapateros na instituição”, do ex-comandante do Exército. São os sintomas de uma corrente que busca o rompimento institucional porque não aceita a guinada nas políticas públicas.
Segunda chave, o método do lawfare ou guerra jurídica que utilizaram os conspiradores nos países da América Latina, onde venceu o progressismo. Como os golpes de Estado estão desprestigiados, o novo costume é mimetizar com aparências jurídicas o atentado contra a democracia e a Constituição. Com golpes parlamentares e manobras de duvidosa feitura jurídica, tiraram da presidência Hugo Chávez, na Venezuela, mas o povo o devolveu; Manuel Zelaya, em Honduras, Fernando Lugo, no Paraguai; Dilma Rousseff, no Brasil; Evo Morales, na Bolívia e Pedro Castillo, no Peru.
Como dado relevante, o caso de Zelaya teve sua origem na violação do foro presidencial. Agora é a vez de Gustavo Petro. Sem dúvida, a imprensa deu sua colaboração para que se possa consumar o engodo com visos de legalidade.
Terceira chave. Os meios de comunicação do establishment, propriedade dos grandes capitais, dão a pauta para interpretar as manobras que encobrem as reais intenções dos protagonistas. Justificam-nas como complexos casos de interpretação jurídica, embora alguns comentaristas, María Isabel Rueda, entre eles, indiquem a torpeza do CNE por ter “servido na bandeja” a Petro o que se vem tramando.
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A última chave. Em coro, oposição, mídia e conspiradores, abertos e encobertos, buscam justificar e trivializar a investigação aberta com formulação de cargos do CNE ao presidente da República. Isto é de extrema gravidade. Rompeu-se, com o beneplácito dos poderes de fato e a ausência da solidariedade institucional devida, a proteção constitucional da instituição presidencial. Não é então exagero afirmar junto ao presidente Petro: “Começou o golpe de Estado”.