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O Dr. Hossam Abu Safieh (Foto: Reprodução / X)

Hossam Abu Safieh: o médico palestino que abalou os alicerces da “entidade israelense”

Com resiliência e vontade inabalável, Abu Safieh desafiou o Estado sionista, permanecendo fiel à sua profissão ao recusar abandonar seus pacientes no Hospital Kamal Adwan, em Gaza
Wisam Zoghbour
Diálogos do Sul Global
Gaza

Tradução:

O Dr. Hossam Abu Safieh transmitiu uma mensagem poderosa ao mundo: que as nações, por mais fortes ou bem armados que sejam seus exércitos, podem ser derrotadas e abaladas pela vontade e determinação de um povo comprometido com sua luta nacional por justiça, dignidade e democracia.

O soldado israelense, no fundo, reconhece implicitamente não apenas quem tem direito e quem não o tem, mas também quem é verdadeiramente forte e quem é fraco. Será o soldado armado até os dentes com as mais avançadas tecnologias bélicas ou o médico armado com sua fé, a justiça de sua causa e seu juramento de servir à humanidade por meio de sua nobre profissão?

O Dr. Abu Safieh desafiou, com sua resiliência e vontade inabalável, a força de uma entidade equipada com diversos tipos de armas, mísseis, tanques e aviões. Ele permaneceu fiel à sua nobre profissão ao recusar abandonar o Hospital Kamal Adwan ou deixar seus pacientes, mesmo sob ameaças incessantes das forças de ocupação. Eles chegaram a assassinar seu filho, Ibrahim. “Eles mataram meu filho porque estamos transmitindo uma mensagem humanitária. Enterrei meu filho no muro do hospital”, declarou.

Dr. Hossam Abu Safieh saiu orgulhoso de seu refúgio no Hospital Kamal Adwan, erguendo-se alto e desafiando a tirania de um regime criminoso. Vestindo seu jaleco branco, caminhou com a dignidade de um combatente revolucionário, avançando corajosamente para um destino incerto.

A ocupação permanece sendo um agressor criminoso, por mais que tente mascarar sua imagem. Representa o exército de uma entidade imoral que continua roubando terras, perpetuando assassinatos, fome, deslocamentos forçados, prisões arbitrárias e torturas. Apesar das tentativas da comunidade internacional de absolver o ocupante de suas ações nazistas e fascistas, e de evitar a prisão de seus líderes acusados em tribunais internacionais por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, seus atos falam por si.

As forças de ocupação dispararam a “última bala” contra o Hospital Kamal Adwan, destruindo completamente o sistema de saúde no norte da Faixa de Gaza. A entidade ocupante não demonstra nenhuma preocupação com a opinião pública internacional ou local, tampouco com organizações internacionais, de direitos humanos, de saúde ou qualquer outra. Tudo isso ocorre em meio a um silêncio árabe e internacional suspeito, com clara cumplicidade e parceria dos Estados Unidos, além de algumas capitais europeias que continuam exportando armas letais para o exército de ocupação israelense.

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O Dr. Abu Safieh triunfou e vingou a Palestina e Jerusalém, a eterna capital, à sua maneira. Milhões testemunharam sua recusa em se submeter ou ceder ao inimigo, enquanto permanecia firme na defesa da Palestina, de sua causa, da dignidade de seu povo e de sua cidade sagrada. Ele se tornou um orgulho para a nação, em um momento em que alguns permitiram que essa dignidade fosse pisoteada para agradar a “entidade israelense” e aos Estados Unidos.

Dr. Abu Safieh é um símbolo de resistência, declarando com firmeza: “Esta terra é nossa, as plantações sobre ela são nossas, o petróleo em seu subsolo é nosso, o gás em seu mar é nosso, e tudo nela – seu passado e presente – é nosso.” E à entidade ocupante, ele envia a seguinte mensagem: “Sua prisão não me assustará nem me intimidará. Continuarei a resistir até que vocês peguem suas coisas e saiam de nossa terra e de nossa Jerusalém para sempre, carregando a vergonha de sua derrota.”

Edição de texto: Alexandre Rocha

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Wisam Zoghbour Jornalista, diretor da Revista Liberdade de Gaza (Al-Hurriya) e membro do Secretariado-Geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinos.

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