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México pede medidas cautelares devido à invasão da embaixada em Quito e CIJ rejeita

Corte Internacional de Justiça foi favorável à posição equatoriana, o que levou a comemorações e zombarias por parte de Daniel Noboa contra o México
Orlando Pérez
La Jornada
Quito

Tradução:

Beatriz Cannabrava

Diferentemente de outras ocasiões, que levam horas para reagir, às autoridades máximas do Equador expressaram sua alegria e satisfação pela decisão da Tribunal Internacional de Justiça (CIJ). Inclusive, já está prevista uma série de vídeos e mensagens, pois 24 de maio foi o dia do chamado Informe à Nação e, certamente, como apontam alguns analistas, destacará este fato como “um triunfo da diplomacia equatoriana”.

Por exemplo, o Ministério das Relações Exteriores mostrou seu “agrado” pelo fato de a resolução da CIJ, que rechaçou as medidas cautelares solicitadas pelo México devido ao assalto à sua embaixada em Quito, ter sido favorável à posição equatoriana. “A decisão unânime da Corte Internacional de Justiça de rejeitar a solicitação do México confirma o caráter desnecessário do pedido”, acrescentou e depois complementou: “A solicitação do México foi feita sem levar em conta as repetidas garantias do Equador de que ofereceria plena proteção e segurança às instalações, bens e arquivos da Embaixada do México, e que permitiria ao México retirar todas essas propriedades das instalações e residências particulares de seus agentes diplomáticos. O Equador mantém sua posição.”

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Aliada do governo equatoriano, a Chancelaria repetiu em uníssono que “a Corte reconheceu que se deve presumir a boa fé do Equador” nessa situação.

Noboa zombeteiro

Enquanto isso, em seu meio preferido, a rede social TikTok, o presidente Daniel Noboa publicou um vídeo onde zomba do ex-mandatário Rafael Correa, pois em uma intervenção no parlamento europeu, no mês de abril, o líder da Revolução Cidadã exigia sanções para o Equador após o assalto à embaixada. E em resposta, usando uma parte muito curta dessa intervenção, o texto que acompanha a zombaria de Noboa diz: “Quando você pede sanções para o seu país e não consegue: vá chorar na casa da mãe Joana. Quem está contra a justiça, está contra o Equador”.

Por outro lado, a Procuradoria-Geral do Equador recebeu com satisfação na quinta-feira (23) a decisão da CIJ, em Haia. O procurador, Juan Carlos Larrea, destacou o trabalho da equipe técnica do Equador, que tem experiência nesse tipo de litígios internacionais. E, da mesma forma, o comunicado da Procuradoria aponta: “O Equador também formulou na mesma Corte uma reclamação contra o México”, pois acusa o governo de Andrés Manuel López Obrador de violar as normas internacionais de asilo e de se intrometer nos assuntos internos de outro Estado.

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Diante da euforia com que as autoridades equatorianas celebram, o ex-vice-chanceler do país andino, Fernando Yépez, ao ser consultado, disse: “Em sua decisão, a Corte destaca que esta decisão não prejulga sobre o tema de fundo – o assalto à embaixada – e lembra que o princípio da inviolabilidade das missões diplomáticas é um pilar do direito internacional e da convivência entre as nações”. E, por isso, se pergunta quem violou tal princípio: “Foi o Equador ou foi o México”.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Orlando Pérez Correspondente do La Jornada em Quito.

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