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Após Harris declarar “apoio” à América Latina, diplomata da Casa Branca indica que EUA poderão julgar e castigar países

Kamala Harris reiterou que os “EUA estão de regresso”, mas no caso da Venezuela e de Cuba o mais notável é a continuidade com o governo anterior
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

 A política “revitalizada” do governo de Joe Biden favorece o esforço coletivo entre “sócios” para promover a prosperidade e a segurança no hemisfério americano, embora em alguns casos Washington “pressionará” àqueles que considerar não estarem cumprindo com seus “compromissos democráticos”.

A vice-presidenta Kamala Harris reiterou a consigna de seu governo de que os  “Estados Unidos estão de regresso” e que isso inclui “revitalizar nossas relações com as Américas”, as quais são “incrivelmente complexas”. 

Em um discurso ante a Conferência Anual de Washington sobre as Américas auspiciada pelo Council of the Americas em conjunto com o Departamento de Estado, Harris afirmou que seu governo está comprometido com “promover a democracia e o bom governo” na região, mas enfatizou que “os latino-americanos estão dando forma ao seu próprio futuro, estão escrevendo sua própria história… Nosso papel é… ajudar no que possamos enquanto a América Latina escreve seu próximo capítulo”. 

Indicou que a resposta estadunidense a migração desde a América Central e o sul do México se desenvolve sob sua coordenação de maneira conjunta, não apenas com esses governos, mas com o setor privado, fundações e ONGs e recordou que tem programada uma conversa com o Presidente Andrés Manuel López Obrador na sexta-feira, 7 de maio e uma visita pessoal em junho em torno a esse tema. 

“Queremos ajudar” para resolver tanto as condições extremas atuais como os problemas de fundo que obrigam as pessoas a migrar e afirmou que para isso são requeridas estratégias integrais e trabalho regional em conjunto para abordar desde a mudança climática à violência, a falta de oportunidade econômica, a corrupção e o fortalecimento das instituições democráticas. 

Nesse contexto, assinalou que Washington tem que criticar o governo de El Salvador por suas ações contra o poder judiciário nesse país. 

Kamala Harris reiterou que os “EUA estão de regresso”, mas no caso da Venezuela e de Cuba o mais notável é a continuidade com o governo anterior

Casa Branca
Vice-presidente Kamala Harris caminha ao lado do presidente Joe Biden e o secretário de Estado Antony Blinken.

O secretário de Estado, Antony Blinken, reiterou a mensagem de Harris, detalhando três prioridades na relação com o hemisfério: frear a pandemia, promover a recuperação econômica “com equidade” e dar “um novo impulso ao nosso apoio à democracia”. 

Nesse último ponto indicou que embora os Estados Unidos vão trabalhar como um sócio com o resto dos países, aparentemente se reserva o direito de julgar e castigar alguns. Assinalando que “nossas democracias estão sendo postas à prova” e que inclusive os estadunidenses estão enfrentando “obstáculos”, pediu que se redobrem esforços para cumprir com as normas da Carta Democrática Interamericana.

Declarou que se deve “condenar aqueles que avassalam os direitos humanos e democráticos, como “o regime feroz de (Nicolás) Maduro” e afirmou que “junto com os países sócios, será exercida pressão sobre o regime” para “restabelecer” a democracia.

Agregou que “seguiremos promovendo os direitos humanos do povo cubano, incluída a liberdade de expressão e reunião, e condenando a repressão dos direitos humanos na ilha”. 

Embora Blinken tenha declarado que o governo de Biden marca uma mudança na política estadunidenses, no caso da Venezuela e de Cuba o mais notável é a continuidade com o governo anterior. 

A conferência anual também incluiu comentários sobre a política hemisférica por outros integrantes do gabinete de Biden.

David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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