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Presidente colombiano Gustavo Petro enfrenta escândalo de corrupção envolvendo altos funcionários

Petro utilizou sua conta no X para lembrar que há mais de 20 anos denunciou práticas corruptas, agora associadas a ministros e ex-ministros, de troca de contratos por votos favoráveis no legislativo
Jorge Enrique Botero
La Jornada

Tradução:

Beatriz Cannabrava

O presidente Gustavo Petro enfrenta um crescente escândalo de corrupção que ocupa sem trégua a agenda informativa colombiana e envolve ministros, ex-ministros e altos funcionários do Estado, acusados de ter distribuído suculentos contratos a congressistas em troca de sua voto favorável para as iniciativas governamentais no legislativo. 

O chefe de Estado usou sua conta de X para recordar que há mais de 20 anos, quando era parlamentar, denunciou esta prática, conhecidas como “quotas indicativas de contratação”, utilizada para os congressistas, seus prefeitos amigos e empreiteiros privados ficassem com generosos recursos “que se usavam depois para financiar eleições, paramilitares e fortunas pessoais”.

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A irada reação de Petro frente à contínua aparição de “novas evidências”, “documentos secretos” e “conversações via chat” dos supostos implicados, se produzia depois de que um despacho da Corte Suprema de Justiça, vazasse a alguns meios, fragmentos da declaração de Olmedo López, ex-diretor do Escritório de Gestão de Riscos e Desastres, atualmente preso depois de ser surpreendido em graves fatos de corrupção durante o manejo de uma emergência por seca no nortista departamento de La Guajira.

Uma vez descoberto e com o sim de atuar sua condenação, López pediu “um princípio de oportunidade” ante a justiça, assegurando que tinha como provar que o escritório a seu cargo era utilizado pelo executivo para pagar favores a congressistas através da adjudicação de contratos.

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Relatou detalhes de supostas reuniões na Casa de Nariño e nos despachos dos ministros da Fazenda e do Interior, onde – segundo disse – lhe deram instruções precisas para a destinação de fundos públicos mediante um rede de funcionários médios encarregados de fazer chegar o dinheiro ao seu destino. 

Apesar da Procuradoria Geral ainda não ter encontrado méritos para chamar a declarar os funcionários assinalados por López, nem se haver apresentados provas incontestáveis de que se tenha incorrido na velha prática de “manter a governabilidade à custa de comprar consciências”, a maioria dos meios insistem em subir o voluma ao que não duvidam em qualificar como “o maior escândalo de corrupção de história”. 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Jorge Enrique Botero Jornalista, escritor, documentarista e correspondente do La Jornada na Colômbia, trabalha há 40 anos em mídia escrita, rádio e televisão. Também foi repórter da Prensa Latina e fundador do Canal Telesur, em 2005. Publicou cinco livros: “Espérame en el cielo, capitán”, “Últimas Noticias de la Guerra”, “Hostage Nation”, “La vida no es fácil, papi” y “Simón Trinidad, el hombre de hierro”. Obteve, entre outros, os prêmios Rei da Espanha (1997); Nuevo Periodismo-Cemex (2003) e Melhor Livro Colombiano, concedido pela fundação Libros y Letras (2005).

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