O presidente Gustavo Petro enfrenta um crescente escândalo de corrupção que ocupa sem trégua a agenda informativa colombiana e envolve ministros, ex-ministros e altos funcionários do Estado, acusados de ter distribuído suculentos contratos a congressistas em troca de sua voto favorável para as iniciativas governamentais no legislativo.
O chefe de Estado usou sua conta de X para recordar que há mais de 20 anos, quando era parlamentar, denunciou esta prática, conhecidas como “quotas indicativas de contratação”, utilizada para os congressistas, seus prefeitos amigos e empreiteiros privados ficassem com generosos recursos “que se usavam depois para financiar eleições, paramilitares e fortunas pessoais”.
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A irada reação de Petro frente à contínua aparição de “novas evidências”, “documentos secretos” e “conversações via chat” dos supostos implicados, se produzia depois de que um despacho da Corte Suprema de Justiça, vazasse a alguns meios, fragmentos da declaração de Olmedo López, ex-diretor do Escritório de Gestão de Riscos e Desastres, atualmente preso depois de ser surpreendido em graves fatos de corrupção durante o manejo de uma emergência por seca no nortista departamento de La Guajira.
Uma vez descoberto e com o sim de atuar sua condenação, López pediu “um princípio de oportunidade” ante a justiça, assegurando que tinha como provar que o escritório a seu cargo era utilizado pelo executivo para pagar favores a congressistas através da adjudicação de contratos.
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Relatou detalhes de supostas reuniões na Casa de Nariño e nos despachos dos ministros da Fazenda e do Interior, onde – segundo disse – lhe deram instruções precisas para a destinação de fundos públicos mediante um rede de funcionários médios encarregados de fazer chegar o dinheiro ao seu destino.
Apesar da Procuradoria Geral ainda não ter encontrado méritos para chamar a declarar os funcionários assinalados por López, nem se haver apresentados provas incontestáveis de que se tenha incorrido na velha prática de “manter a governabilidade à custa de comprar consciências”, a maioria dos meios insistem em subir o voluma ao que não duvidam em qualificar como “o maior escândalo de corrupção de história”.