UOL - O melhor conteúdo
Pesquisar
Pesquisar
Guillaume Long: O que vimos nos últimos 18 meses foi uma radicalização muito forte para esse anti-correísmo (Montagem: Diálogos do Sul Global*)

Segundo turno no Equador: “Estamos lidando com cartéis e um Estado corrompido”, afirma ex-chanceler

Às vésperas do segundo turno, Guillaume Long denuncia que o governo de Daniel Noboa atua em defesa dos interesses dos EUA, está envolto em denúncias de corrupção e se mostra incapaz de conter avanço do narcotráfico no Equador.
Vanessa Martina-Silva
Diálogos do Sul Global
Paraty (RJ)

Tradução:

“Noboa está propondo uma base militar estadunidense no Equador. […] Quando fomos governo com Correa, fechamos a maior base dos Estados Unidos na América do Sul. Agora ele promete até referendo para reabrir. Isso é gravíssimo.”

O alerta parte de Guillaume Long — ex-ministro das Relações Exteriores do Equador e figura-chave da Revolução Ciudadana, partido que tem como candidata Luísa González para a eleição que será realizada no domingo (13).

Continua após o anúncio

Em entrevista coletiva concedida remotamente na tarde desta sexta-feira (4), o ex-chanceler durante o governo de Rafael Correa detalhou as estratégias autoritárias do presidente-candidato Daniel Noboa, as manobras institucionais, as alianças militares com os Estados Unidos e Israel, e alertou para o risco de uma possível fraude eleitoral. Long também comentou a importância da aliança histórica da Revolução Ciudadana com o movimento indígena Pachakutik, que pode ser decisivo para eleger o próximo presidente equatoriano.

Esta não será a primeira vez que os candidatos disputam a reeleição. Durante o pleito de 2023 (que deu a Noboa um governo-tampão para encerrar o mandato de Guillermo Lasso), o outsider, empresário bananeiro, ganhou por 3,6 pontos de diferença com relação a González. Apesar do curto tempo à frente do Palácio de Carondelet, ele apresentou péssimos indicadores econômicos e sociais, além de não ter conseguido avançar no problema crônico do país: o aumento da violência e a crise de eletricidade que tem afetado os equatorianos.

Continua após o anúncio

Desta vez, a diferença entre ambos caiu para 0,17 ponto percentual. Para conquistar os votos que precisa para vencer novamente, Noboa tem redobrado a estratégia de se apresentar como outsider, não como quem detém o poder. Em sua defesa, segue acusando o correísmo — fora do governo desde 2017 — por todas as crises e dificuldades, sem apresentar propostas para uma mudança real no país.

Eleições no Equador 2025: confira as últimas notícias.

Há sinais, no entanto, que apontam um caminho difícil para a recondução do “nepo baby” ao poder. As últimas pesquisas de opinião apontam para uma ligeira vantagem de González, entre 5 e 7 pontos à frente de Noboa. Long é cauteloso com relação a isso: “essa vantagem de Luísa está dentro da margem de erro. Não podemos confiar. Isso abre espaço para muitas preocupações, políticas e eleitorais”, alerta.

Fim da pobreza e integração regional: as chaves contra o narcotráfico no Equador e na América Latina

De fato. No primeiro turno das eleições, todas as pesquisas — que indicavam a vitória de Noboa em um primeiro turno — erraram. Por isso é tão importante o apoio do Pachakutik, movimento que historicamente se posicionou de forma crítica ao chamado correísmo e, no primeiro turno, obteve 5,2% dos votos com Leonidas Iza como candidato.

Continua após o anúncio

Acompanhe os principais trechos da entrevista com Guillaume Long, organizada pela organização Mundo Sur e pelo grupo Tektonikos, com o apoio do Foro de São Paulo:

A aliança entre a Revolução Ciudadana e o Pachakutik significa maioria parlamentar na Assembleia. Isso é importante tanto para a eleição presidencial de segundo turno quanto para a reconstrução do bloco histórico da esquerda. Sem dúvida, a aliança é crucial para governar.

Temos trabalhado duramente durante esses meses — o primeiro turno foi em 9 de fevereiro, e o segundo será no domingo [13/4]. Mais de dois meses de esforço para firmar o pacto com o Pachakutik e a Conaie [Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador]. Leonidas Iza sempre foi favorável, mas as bases estavam divididas. Tivemos que trabalhar muito nisso.

A boa notícia — que sei que circulou bastante pela América Latina e foi celebrada pela esquerda — é que temos o pacto. Isso não significa o endosso automático de todos os votos, mas creio que representa a maioria. Esse 5% que votou em Iza é muito mais orgânico à Conaie, ideológico, de esquerda, e provavelmente 80% a 90% desse percentual vá para Luísa González.

Continua após o anúncio

Acordo com Pachakuti e reaproximação do movimento indígena

Sobre o acordo com o Pachakutik: são 16 pontos, e precisaríamos detalhar cada um. Mas, basicamente, tratam de temas que sempre foram conflituosos entre a Revolução Ciudadana e o movimento indígena — especialmente no que diz respeito ao extrativismo. Sempre defendemos o uso soberano dos recursos para redistribuição de renda, com uma abordagem nacionalista. Mas sempre fomos acusados de extrativistas.

Vamos precisar de consultas, de compromissos. Esse é apenas o início de um processo de negociação de longo prazo. Teremos que respeitar muito mais os processos participativos e comunitários.

Nos últimos anos, adotamos uma lógica de “pressa revolucionária”. Fizemos muita coisa com eficiência — acho que nos destacamos em termos latino-americanos. Mas era um governo de cima para baixo. Agora, os tempos exigem algo mais participativo, mais lento e gradual. São mudanças de mentalidade que temos que incorporar.

Também é preciso reconhecer que nem sempre foi “o bom movimento indígena contra o mau governo”. O Pachakutik foi fortemente cooptado por ONGs estadunidenses, inclusive pela USAID. Houve uma cisão: de um lado, indígenas alinhados a ideias socialistas, de reforma agrária, redistribuição de riqueza; do outro, setores mais identitários, vinculados ao mundo das ONGs.

Para enfrentar crime organizado no Equador, Noboa contrata mercenário dos EUA ligado a massacres

Essas tensões ainda existem. Mas é bom ver que, desta vez, o movimento indígena apostou na esquerda, na Revolução Ciudadana. Não podemos esquecer que, em 2021, houve o chamado ao “voto nulo ideológico”, que acabou dando a vitória a Lasso — com o apoio, inclusive, de líderes indígenas históricos que pediram voto no banqueiro.

Agora vivemos um processo de reconciliação, de reconstrução, de fortalecimento. Não se resolve da noite para o dia, nem com esses 16 pontos. Mas é uma excelente notícia. Muitos companheiros trabalham há anos para isso.

Noboa: guinada à direita, trumpismo e militarização

A campanha de Noboa é muito radical, muito à direita. É interessante observar como ele se moveu politicamente desde 2023. Naquele ano, ele dizia não ser anti-correísta. Se apresentava como um candidato que romperia com a polarização entre correísmo e anti-correísmo, tentando ser a ponte entre os dois. Nos primeiros dois meses de governo, tentou até um pacto com o correísmo parlamentar.

Era um candidato típico da antipolítica, da direita, sabíamos que seria um presidente de direita, mas não tinha aquele anti-correísmo virulento, quase macartista, que vimos com Lasso. O que vimos nos últimos 18 meses foi uma radicalização muito forte para esse anti-correísmo. Diria até que mais virulenta do que durante a presidência de Lasso.

Guillaume Long: Guerra de Noboa às drogas, a militarização das ruas, resultou em arbitrariedades e uma nova crise de direitos humanos. Isso é novo no Equador.

É uma estratégia estranha. O correísmo tem teto, mas o anti-correísmo também tem. Isso pode ser complicado para ele no segundo turno. É um anti-correísmo tosco, um anti-progressismo já situado na direita radical, populista, como vemos em outros lugares da América Latina e muito próximo ao trumpismo.

Isso talvez se explique pela vitória de Trump. Noboa se alinha a ele. Foi um dos três presidentes latino-americanos convidados à posse de Trump, junto com Javier Milei [Argentina] e Nayib Bukele [El Salvador]. Recentemente, esteve em Mar-a-Lago, para um aperto de mãos com Trump. Ele acredita que esse é o caminho — a aliança com os Estados Unidos.

Base militar, clientelismo e uso eleitoral de recursos públicos

Há muitas preocupações no país. Noboa propõe a reabertura de uma base militar estadunidense no Equador. Isso é gravíssimo. Fechamos essa base em 2009, com Rafael Correa na presidência. A base de Manta era a maior dos Estados Unidos na América do Sul.

Noboa até propõe um referendo, porque o artigo 5 da Constituição proíbe bases militares estrangeiras no país. Ainda não se sabe como será essa base, mas a presença de assessores militares e do Comando Sul dos Estados Unidos é intensa — especialmente nas ilhas Galápagos. A campanha de Noboa é orientada por esse eixo: Estados Unidos e guerra às drogas, como resposta à insegurança.

Representamos o povo esquecido, mas que decidiu mudar o Equador, aponta González

Apesar do discurso liberal de direita, sua campanha tem sido fortemente clientelista. Inaugurou uma série de bônus: US$ 700 a agricultores, US$ 1.000 a pequenos empresários de regiões atingidas por chuvas (e chove todos os anos no Equador). Jovens estão recebendo US$ 400. É puro clientelismo, dinheiro distribuído em bastiões correístas para tentar conter nosso avanço. Há um gasto público desenfreado. O estilo da campanha lembra a estética de bilionários como Elon Musk. Uma estética de oligarca, de garoto rico, como é o caso de Noboa.

Com Noboa: pobreza, insegurança e corrupção

Luísa González, por sua vez, foca em desmascarar a gestão Noboa: a pobreza cresceu e segue crescendo. Houve um breve alívio após a pandemia, como em toda a América Latina, mas desde 2022 os índices voltaram a subir. Em 2024, também houve leve aumento da pobreza. O Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento negativo: -0,7%, o que, com crescimento populacional, significa retração per capita ainda maior.

Assine nossa newsletter e receba este e outros conteúdos direto no seu e-mail.

Também há críticas à gestão da segurança. Noboa prometeu resolver o problema. Fez referendo em abril do ano passado para permitir militarização das ruas, extradições para os Estados Unidos, aumento de penas — uma série de medidas autoritárias e populistas que não resolveram a situação.

Além disso, 2025 pode ser o ano mais violento da história equatoriana. Sequestros e extorsões aumentaram enormemente. Pequenos negócios estão pagando para não serem atacados, ameaçados ou alvejados.

Equador: novo massacre em Guayaquil comprova fracasso das políticas de Noboa

Fora as denúncias de corrupção. Noboa tem offshores no Panamá, o que é proibido pela Constituição. É sócio de empresas mineradoras canadenses e assinou um acordo de livre comércio com o Canadá — que, na prática, é um acordo consigo mesmo.

Há também o tema da cocaína. Saíram reportagens fortes no Brasil e no Peru, e outras estão por vir. No Equador, há censura brutal. Vários carregamentos de cocaína — de até 600 quilos — foram apreendidos em fazendas de Noboa. O único preso foi solto três vezes, sempre pelo mesmo advogado, hoje ministro da Saúde.

A Diálogos do Sul Global está em todo lugar! Conheça nossas redes.

Então, para alguém que supostamente está travando uma “guerra” contra os cartéis de droga, essa imagem é péssima, mas tudo isso é encoberto pelos meios de comunicação equatorianos, que alimentam um anti-correísmo visceral e silenciam esses escândalos.

Narcotráfico como desafio central

Não vai ser fácil. Se ganharmos — e confio que vamos ganhar —, teremos que discutir seriamente como combater o narcotráfico e com qual institucionalidade. A polícia está totalmente corrompida, o sistema judicial está em colapso. É uma situação institucional gravíssima.

Claro que há muito a ser feito com políticas sociais — como fizemos no passado com as quadrilhas —, mas acredito que já superamos esse momento. Agora estamos lidando com cartéis mexicanos e outras estruturas. É outro nível. Isso exige outro debate.

Redes sociais, mídia e fortaleza territorial

Quanto às redes e aos meios de comunicação: ainda estamos em desvantagem, mas menos que antes. Nas eleições passadas, era 99 a 1. Agora estamos em algo como 80 a 20, talvez 75 a 25.

Também estamos aprendendo. Somos um partido com estrutura — temos quadros, temos presença em todos os territórios. Temos a maior bancada legislativa. Temos prefeitos nas principais cidades, como Quito e Guayaquil, governamos as nove províncias mais populosas. Temos presença territorial real.

Mas sempre perdemos nas redes. Partidos que nem existiam — como o de Noboa na eleição passada — colocavam meio milhão de dólares no TikTok e nos venciam. Agora estamos melhorando. Estamos trabalhando muito as redes, o TikTok.

Está mais equilibrado, mas o dinheiro ainda pesa. E o que Noboa mais tem é dinheiro. Ainda estamos em desvantagem, mas menor.

Crise institucional e ameaças ao processo democrático

Outro tema é o autoritarismo de Noboa. Não posso entrar em muitos detalhes, mas sua guerra às drogas, a militarização das ruas, resultou em arbitrariedades e uma nova crise de direitos humanos. Isso é novo no Equador. Nunca fomos um país com militares particularmente repressivos — claro, houve abusos, mas, em comparação com outros países da América Latina, tínhamos uma situação mais controlada.

Estamos no Telegram! Inscreva-se em nosso canal.

Agora há desaparecimentos. Quatro jovens desapareceram em dezembro, o que comoveu o mundo. E há outros casos. Há denúncias de tortura em prisões. Um cenário novo e alarmante. Além do autoritarismo do próprio Noboa, que deu um golpe contra sua vice-presidenta e agora se recusa a pedir licença do cargo, como exige a Constituição durante a campanha eleitoral. Deveria ceder o cargo ao vice, mas não o fez. Missões de observação eleitoral o criticaram por isso.

Liberais contra Noboa

O ponto é que Noboa é tão escandalosamente transgressor da institucionalidade que até setores liberais, que também são anticorreístas, estão furiosos. Isso inclui alguns meios de comunicação. O golpe que ele deu na sua vice-presidenta — que é de direita e adora Milei, diga-se — irritou muito esse centro liberal.

Equador: triunfo no 1º turno permite a Luisa González repetir vitórias de Rafael Correa

A vice foi eleita pelo povo. Só pode ser removida por impeachment, por julgamento político na Assembleia Nacional. Isso é o básico. Você não pode destituir uma vice-presidenta por decreto. Isso não existe. E, no entanto, ele fez. E não se importa.

Essa postura incomoda a centro-direita mais liberal. Não é só questão de ideologia. É questão de formas.

Risco de militares envolvidos no processo eleitoral

No primeiro turno, os relatórios emitidos pelos observadores eleitorais foram muito críticos. Há 48 horas, o chefe da missão da União Europeia apareceu no canal mais assistido do país, Teleamazonas, para realizar uma denúncia. Isso nunca tinha acontecido na história do Equador. Os observadores, principalmente da União Europeia e da OEA, sempre mantêm baixo perfil.

A denúncia é de que o CNE proibiu o uso de celulares sob o pretexto de que “narcotraficantes estariam pagando para que eleitores fotografassem seus votos”. Isso, claro, insinuando que a Revolução Ciudadana estaria ligada aos narcos. Mas não houve uma só denúncia formal sobre isso no Ministério Público.

Que tal acompanhar nossos conteúdos direto no WhatsApp? Participe do nosso canal.

Foi puro espetáculo. E o CNE proibiu celulares, mesmo que a lei eleitoral proíba alterações nas regras até um ano antes das eleições. Mudar entre o primeiro e o segundo turno é um escândalo. O chefe da missão europeia foi muito firme ao dizer isso.

Outro ponto crítico foi que os militares fotografaram as atas. Isso foi denunciado inclusive pela OEA. Os militares que faziam a guarda dos locais de votação tiraram fotos das atas, o que significa que eles podem ter um cômputo paralelo dos votos, o que não é função dos militares, não está previsto na Constituição.

Presença militar estrangeira e desafios com as Forças Armadas

O tema com os militares está complicado. Os Estados Unidos não recuperaram realmente o controle — e não só os Estados Unidos. Israel também está muito presente no Equador. Isso é algo que vimos na América Latina após os governos progressistas: os governos conservadores trouxeram Israel de volta. O caso da Bolívia, com o golpe de [Jeanine] Áñez, é um dos melhores exemplos.

Contra máquina pública e oligarquia, Luisa González avança e vai disputar 2º turno no Equador

No Equador, a presença também é muito forte, além da atuação do Comando Sul. Com todo esse aparato — apoio logístico, prestígio, visitas frequentes a Washington com a oficialidade — temos um núcleo duro. Ainda assim, sabemos que nas tropas há certa nostalgia pela Revolução Ciudadana, dependendo da geração. Entre os jovens oficiais também há mais simpatia. Correa aumentou bastante os salários, melhorou as condições sociais dos militares. Essa memória permanece.

Nas Forças Armadas equatorianas também há uma tradição — como em outros países da América Latina — de um setor mais nacionalista, que defendeu, por exemplo, a nacionalização do petróleo. Mas hoje esse setor é claramente minoritário. A maioria está alinhada com a direita, como acontece em vários países da região.

Temor eleitoral e de não reconhecimento dos resultados

Temos autoridades eleitorais completamente cooptadas por Noboa. Isso é novo. Sempre tivemos problemas com autoridades eleitorais, mas ainda assim confiávamos nos processos. Defendíamos as autoridades, mesmo sendo de direita, porque os processos eleitorais eram limpos. Isso nos dava alguma base de legitimidade contra o lawfare e a perseguição judicial.

Após aprofundar violência no Equador, Noboa quer arrastar Brasil, UE e mercenários para “guerra”

Desta vez, as autoridades estão capturadas. Suspeitamos até de ameaças contra membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e do Tribunal Contencioso Eleitoral (TCE). Tenho conversado com observadores eleitorais — não apenas da Fundação Fines, mas também da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia — e todos estão assustados.

Sobre o respeito aos resultados. Se a margem de vitória for muito apertada — digamos, algumas dezenas de milhares de votos —, não me surpreenderá que Noboa questione o resultado. Se for a nosso favor, claro. Ele pode fazer o que Trump fez. Noboa parece ter essa tendência de transgredir o Estado de Direito e as instituições.

É diferente de Lasso. Lasso era terrível, mas era um conservador tradicional, um tipo Opus Dei, latifundiário, da estética da direita clássica. Noboa é outra coisa: bilionário jovem, fã de Elon Musk, transgressor das leis. Não podemos esquecer que entrou na embaixada do México, deu golpe em sua vice, ignorou decisão da Corte Constitucional. Não respeita nada.

Então, se os resultados forem muito apertados — dezenas de milhares de votos —, vamos precisar que a comunidade internacional esteja atenta.

* Imagens na capa:
– Guillaume Long: Chancelaria do Equador
– Daniel Noboa: Presidência do Equador


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Vanessa Martina-Silva Trabalha há mais de dez anos com produção diária de conteúdo, sendo sete para portais na internet e um em comunicação corporativa, além de frilas para revistas. Vem construindo carreira em veículos independentes, por acreditar na função social do jornalismo e no seu papel transformador, em contraposição à notícia-mercadoria. Fez coberturas internacionais, incluindo: Primárias na Argentina (2011), pós-golpe no Paraguai (2012), Eleições na Venezuela (com Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013)); implementação da Lei de Meios na Argentina (2012); eleições argentinas no primeiro e segundo turnos (2015).

LEIA tAMBÉM

Equador Luisa González disputa 2º turno sob risco de vida, com novo apoio e líder nas pesquisas
Equador: Luisa González disputa 2º turno sob risco de vida, com novo apoio e líder nas pesquisas
Sem vergonha, mas com pesar, preciso dizer que erramos - editorial (3)
Editorial | Sem vergonha, mas com pesar, preciso dizer que erramos
Esperança de libertação à América Latina, Celac desafia OEA e impulsiona mundo multipolar
Esperança de libertação à América Latina, Celac desafia OEA e impulsiona mundo multipolar
Consenso sobre unidade e flexibilidade é crucial para evitar “brexit do Mercosul”
Consenso sobre unidade e flexibilidade é crucial para evitar “brexit do Mercosul”