O governo de Joe Biden declarou que a luta contra a corrupção no nível mundial é o pilar de sua política exterior; ordenou a elaboração de estratégias para combatê-la, afirmou que os Estado Unidos serão “líder por meio do exemplo” mas que é uma “missão para o mundo inteiro”, e como parte desse esforço continuará financiando ONGs e jornalistas investigativos de outros países.
Após declarar que a corrupção ataca “as fundações de instituições, impulsiona e intensifica o extremismo e facilita aos governos autoritários corroer a governança democrática”, o presidente Joe Biden proclamou que “a corrupção é um risco para nossa segurança nacional” e emitiu uma diretriz para “estabelecer o combate à corrupção como um interesse central da segurança nacional dos Estados Unidos”.
A diretriz ordena às diversas agências de seu governo que elaborem recomendações para o combate à corrupção. Biden afirmou que “os Estados Unidos liderarão por meio do exemplo e em associação com aliados, sociedade civil e o setor privado na luta contra o flagelo da corrupção. Mas esta é uma missão para o mundo inteiro. E todos devemos apoiar os cidadãos valentes ao redor do mundo que estão demandando governança honesta e transparente”.
Nesse diretriz, Biden afirma que a corrupção não só ameaça à segurança nacional, mas “a equidade econômica, os esforços globais contra a pobreza e pelo desenvolvimento, e a própria democracia”, nos Estados Unidos e no mundo, assinalando que se calcula que a corrupção chega a ser de 2 a 5 por cento do PIB mundial. “Quando líderes roubam dos cidadãos de sua nação ou oligarcas evadem o império da lei, desacelera-se o crescimento econômico, amplia-se a desigualdade e cai a confiança em governos”, adverte.
Altos funcionários do governo de Biden, em teleconferência com jornalistas disseram que como parte desse esforço contra a corrupção, os Estados Unidos “continuarão financiando as ONGs e jornalistas investigativos” que se dedicam a esse tema.
Destacaram “a maneira como a corrupção é exposta através do trabalho de jornalistas investigativos e das ONGs” e agregaram que “usaremos este esforço para pensar sobre o que mais podemos fazer para fortalecer outros atores no mundo que estão destapando a corrupção e trazê-la à luz”. Esse apoio, reiteraram, inclui assistência a organizações de jornalismo investigativos e às ONGs.
Embora não se tenha mencionado nenhum país em particular, os funcionários disseram que essa prioridade se verá refletida de imediato na política exterior, inclusive nas Américas. Um dos altos funcionários indicou que “ veremos neste hemisfério o combate à corrupção formar parte essencial da agenda da vice-presidenta Kamala Harris na sua primeira viagem internacional na próxima semana”, referindo-se às visitas que realizará ao México e à Guatemala, e agregou que o tema “será um enfoque de todas as suas conversações enquanto estiver viajando”.
O Departamento de Estado e a agência federal de assistência internacional USAID anunciarão proximamente novas iniciativas para incrementar seu apoio às lutas contra a corrupção, alertaram os altos funcionários.
Governo dos Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Ao explicar a iniciativa, que por ora é só um “memorando para um estudo de segurança nacional”, o NSSM, os altos funcionários indicaram que é uma instrução a todas as agências federais pertinentes – incluindo as de inteligência como a CIA – para colocar a luta contra a corrupção como prioridade.
O NSSM ordena que no prazo de 200 dias seja elaborado um relatório e recomendações sobre como o governo pode “modernizar, coordenar e outorgar mais recursos para melhor combater a corrupção, confrontar as finanças ilícitas, fazer com que atores corruptos prestem contas” e ampliar a cooperação internacional neste esforço para tornar transparente o sistema financeiro nacional e internacional.
O NSSM assinala que será desenvolvida a estratégia de trabalho com sócios internacionais “para contra-atacar a corrupção estratégica de líderes estrangeiros, empresas estatais ou afiliadas, organizações criminosas transnacionais e outros atores estrangeiros e seus colaboradores domésticos, incluindo fechar lacunas exploradas por esses atores para interferir nos processos democráticos nos Estados Unidos e no exterior”.
Também instrui que os programas de assistência exterior e a cooperação em segurança estadunidense com outros países inclua medidas anticorrupção.
La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
** Tradução: Beatriz Cannabrava
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