O senador independente e candidato à presidência estadunidense, Bernie Sanders, lançou hoje um plano destinado a tirar o dinheiro corporativo das atividades e organizações políticas do país, inclusive do Comitê Nacional Democrata (DNC).
A proposta pede que sejam proibidas as doações de lobistas e corporações federais, ao mesmos tempo que exige uma emenda constitucional para deixar claro “que o dinheiro não é discurso e que as corporações não são pessoas”, o que anularia uma decisão da Corte Suprema de Justiça sobre o financiamento de campanhas.
Caso se converta em presidente do país, Sanders também aboliria a Comissão de Eleições Federais, que qualificou de inútil, e a substituiria por “uma verdadeira agência de aplicação da lei” chamada Administração Federal de Eleições.
Outras Palavras
O plano, difundido na página digital do legislador por Vermont, também impediria todas as doações corporativas para eventos de lançamento e limitaria as contribuições individuais a um máximo de 500 dólares.
A esse respeito, o documento criticou os doadores corporativos que gastam enormes quantidades de dinheiro em eventos desse tipo como o lançamento da campanha do atual presidente republicano Donald Trump, para quem empresas como AT&T, Boeing, Exxon Mobil, General Motors e algumas prisões privadas deram centenas de milhares de dólares.
É absolutamente absurdo que a estas entidades se lhes permita gastar enormes somas de dinheiro na tentativa de ganhar o favor do presidente e do vice-presidente dos Estados Unidos, advertiu o texto da iniciativa.
Sanders, que é um dos 19 aspirantes que busca a indicação do Partido Democrata para as eleições de novembro de 2020, sustentou que também buscará pôr fim à influência das corporações no DNC.
Para isso, vetará as doações de lobistas e corporações federais e estabelecerá uma proibição permanente de lobby para os presidentes e co-presidentes do partido nacional, entre outras medidas.
Outras ações do plano do senador, que interrompeu temporariamente seus eventos de campanha na semana passada após sofrer um ataque cardíaco, incluem impedir a publicidade durante os debates primários presidenciais e instituir uma proibição permanente de lobby para ex-membros do Congresso.
Segundo a publicação Político, a proposta de Sanders poderia reavivar as tensões de sua campanha com o DNC, cujos funcionários explicaram no mês passado a forma como as corporações poderiam contribuir para a Convenção Nacional Democrata de julho de 2020, da qual sairá o candidato da agrupação às eleições presidenciais de novembro.
Tanto o legislador por Vermont como sua colega na Câmara Alta, Elizabeth Warren, também aspirante presidencial, renunciaram a aceitar dinheiro dos chamados Comitês de Ação Política ou realizar eventos de arrecadação de fundos com doadores ricos, e focalizaram o financiamento de suas campanhas nos doadores de base.
*Tradução: Beatriz Cannabrava
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