A Procuradoria-Geral da República de Angola mandou fechar pelo menos sete dos mais importantes templos da Igreja Universal do Reino de Deus em Luanda.
A instituição liderada pelo brasileiro Edir Macedo é acusada de fraude fiscal e de vários outros crimes. Até decisão judicial ficarão nas mãos do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos.
A nota do procurador-geral, Álvaro da Silva João, justificou a medida por existirem “indícios suficientes da prática de crimes como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, quebra de confiança e outros atos ilegais”.
Desde novembro passado que as acusações de fuga ao fisco tinham sido denunciadas por um grupo dissidente no interior da Igreja. Então, uma carta assinada por perto de 300 bispos angolanos, para além desta acusação falava em práticas contrárias à “realidade de Angola e da África”.
A questão do celibato forçado e da obrigatoriedade de vasectomia para os pastores era uma das que dividia também as fações. Em dezembro a PGR de Angola começou a investigar as denúncias.
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O conflito está aberto na Igreja presente no país desde 1992
O conflito está aberto na Igreja presente no país desde 1992. Há uma ruptura entre os afetos ao fundador da instituição, Edir Macedo, e à liderança local protagonizada por Honorilton Gonçalves, e os dissidentes angolanos cujo líder será Valente Bezerra Luís.
Em junho, o grupo dissidente apoderou-se de várias dezenas de templos da IURD. A 24 de junho, um grupo afeto à liderança brasileira tentou tomar pela força a Catedral de Morro Bento. Houve confrontos e a polícia teve de ser chamada ao local.
E, em julho, a cisão formalizou-se através que uma ata, publicada pelo grupo no Diário Oficial de Angola e assinado por uma Comissão de Reforma da Igreja Universal do Reino de Deus, que destituiu a liderança, publicação que o lado contrário considera ilícita.
Constitui-se entretanto uma “Comissão Instaladora da Igreja Universal do Reino de Deus Reformada em Angola” que, pela voz do pastor Agostinho Martins da Silva, em declarações ao Novo Jornal, acusa o lado contrário de “discriminação racial, castração, abortos forçados às esposas dos pastores angolanos e usurpação das competências da assembleia-geral de pastores”.
Redação Esquerda.Net
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