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Eleições: 26 anos governada pela direita, Madri mantém governo conservador com Díaz Ayuso

Será um mandato de dois anos, pois se trata de eleições antecipadas de acordo com a legislação
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Cinco milhões e 100 mil cidadãos madrilenhos foram hoje às urnas para eleger um novo governo autonômico e os 136 parlamentares da Assembleia regional. 

A conservadora Isabel Díaz Ayuso (PP), 42, garantiu com folga a sua volta ao governo de Madri, região da Espanha, com forte peso na política nacional.

Será um mandato de dois anos, pois se trata de eleições antecipadas de acordo com a legislação. 

A batalha proselitista que se estendeu por um mês e meio foi cruenta, com insultos, agressões físicas e pouco, muito pouco debate sobre os problemas de que se queixa a cidadania, sobretudo a crise humanitária, sanitária e econômica provocada pela pandemia da Covid-19.

Isabel Díaz Ayuso, atual presidenta e candidata do direitista Partido Popular (PP), parte como favorita e seu principal perseguidor, o aspirante do Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE), Ángel Gabilondo, está até vinte pontos atrás, segundo as pesquisas publicadas. 

Sem sucesso, o presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, se envolveu na campanha de seu partido em uma tentativa por dobrar uma praça, a de Madri, que há 26 anos é governada pela direita. 

Concorreram seis partidos com possibilidade: o PP, com sua candidata Díaz Ayuso, que se tornou maioria absoluta ao duplicar seus resultados de dois anos atrás – ao passar de 30 a 65 cadeiras -; o PSOE, com o catedrático de filosofia Ángel Gabilondo, que perdeu votos e ficou com 24 cadeiras. 

O terceiro na briga é a coalisão cidadã Más Madrid, que surgiu de uma divisão de Podemos e converteu-se em uma referência; sua candidata, Monica García, é uma sanitária de 45 anos, que defende os serviços públicos e é a voz mais escutada da oposição durante a legislatura e a campanha. Segue-lhe a extrema-direita populista, Vox, que obteve 13 cadeiras e pode ser crucial para a formação do novo governo. 

O quinto é Unidas Podemos (UP) e seu líder Pablo Iglesias, que renunciou à segunda vice-presidência do governo para tentar desalojar o poder a direita em Madri. Segundo as pesquisas de opinião, tanto a marca política da UP como seu líder, Iglesias, continuam em franca caída em espiral, da mesma forma que aconteceu em outros locais, como Galicia, País Vasco ou Catalunha, onde têm perdido cada vez mais apoios pela perda de credibilidade de seu projeto. 

Por último, Ciudadanos, uma formação emergente de centro-direita, que passou a ser a terceira força na região ao seu mais que provável desparecimento do parlamento.

Os mais de cinco milhões de cidadãos convocados às urnas se submeteram às medidas sanitárias de proteção pela pandemia, além de cotar em dia de semana e de trabalho, algo que ocorreu muito poucas vezes na história do país. 

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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