Na opinião do Kremlin, mediante uma declaração formal da chancelaria local difundida nesta quarta-feira, “os Estados Unidos desataram uma guerra híbrida total contra a Rússia, que poderia desencadear um enfrentamento militar direto entre duas potências nucleares”, pelo que “são especialmente cínicas as exigências de Washington de retomar, apesar de tudo, a inspeção das instalações de armamento ofensivo estratégico russo”.
Porque, indica, isto sucede “em condições em que o regime de Kiev trata de atacá-las com ajuda técnica e militar, assim como informação de inteligência, dos Estados Unidos”.
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É impossível – assegura a chancelaria russa – tratar com a administração estadunidense “como se nada passasse”, quando não oculta que pretende infligir uma “derrota estratégica” à Rússia na Ucrânia, onde Estados Unidos e seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) “estão enviando cada vez mais armas”.
Não deve ficar dúvida: “Até que Washington – e o afirmamos com toda certeza – reconsidere sua linha hostil para com a Rússia e abandone a política de ameaças crescentes à nossa segurança nacional, qualquer ‘sinal positivo’ ou ‘passo para’ os temas colocados pelos Estados Unidos no contexto do cumprimento do pactuado no START (sigla em inglês do Tratado sobre Redução e Limitação de armas ofensivas estratégicas) será injustificado, extemporâneo e inadequado”.
Adverte: “Qualquer ação hostil dos Estados Unidos que ponha em entredito a validez das disposições mais importantes do START terá uma resposta adequada nossa”.
Flickr – Governo dos EUA
Tiro de superfície nuclear é disparado em Eniwetok Atoll nas Ilhas Marshall em 1956
Esta é a parte medular do documento com que a Rússia rechaçou nesta quarta-feira (8) retomar as inspeções recíprocas e também celebrar as sessões da comissão consultiva bilateral sobre esse tratado.
Os “Estados Unidos – sustenta – violaram com suas ações o procedimento padrão das visitas de inspetores ao bloquear a possibilidade de que Rússia (ao negar os vistos e proibir a aterrissagem de aviões russos) realizasse inspeções em seu território, o que criou evidentes vantagens para si mesmo”.
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Neste sentido, sublinha, diante da insistência dos Estados Unidos de efetuarem inspeções de improviso, a Rússia se viu obrigada a não permitir temporariamente o regime de inspeções em suas instalações estratégicas, possibilidade que, indica, não se contradiz com o START, o último grande acordo de controle de armamento nuclear entre as duas potências, vigente até 2026.
Após reafirmar seu compromisso inquebrantável com o START, como uma ferramenta importante para manter a segurança internacional, a Rússia colocou que “há que garantir o bom funcionamento de todos os mecanismos dos tratados em estrita conformidade com os princípios de paridade e igualdade das partes, vulneráveis pelas ações dos Estados Unidos”.
Juan Pablo Duch | Correspondente do La Jornada em Moscou.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
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