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Em denúncia explosiva, diplomata-chave confirma favores entre Trump e Ucrânia

Foi a primeira vez que um alto funcionário com uma relação e contato direto com o presidente americano diz que a assistência militar à Ucrânia estava condicionada
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Um diplomata-chave na disputa no centro do processo de impeachment emendou hoje suas declarações diante dos legisladores afirmando que “agora lembra” que acredita que havia um quiproquó pelo qual o regime de Donald Trump condicionou sua assistência militar ao governo da Ucrânia em troca de investigações contra seus rivais políticos democratas.

Essa potencialmente explosiva emenda de quatro laudas que Gordon Sondland, embaixador estadunidense na União Europeia e um doador milionário da campanha do presidente, acrescentou ao seu testemunho do mês passado ante os três comitê da câmara baixa, e que foram divulgados hoje, oferecem maior evidência à acusação central de que Trump abusou de seu poder ao pressionar um poder estrangeiro para obter favores políticos.

A ainda mais, contradiz diretamente o que o ocupante da Casa Branca e seus aliados têm reiterado de que nunca houve um quiproquó.

Foi a primeira vez que um alto funcionário com uma relação e contato direto com Trump diz que a assistência militar à Ucrânia estava condicionada a que esse governo anunciasse investigações sobre corrupção para implicar a família de Joe Biden, pré-candidato presidencial democrata.

Foi a primeira vez que um alto funcionário com uma relação e contato direto com o presidente americano diz que a assistência militar à Ucrânia estava condicionada

Wikimedia
Gordon Sondland, embaixador estadunidense na União Europeia

Os comitês estão divulgando os testemunhos de várias das 12 testemunha que até a presente data compareceram neste processo de investigação a portas fechadas para preparar-se, em parte, para iniciar as sessões abertas ao públicos – e à mídia – este mês.  

Enquanto isso, os comitês emitiram hoje uma solicitação para o comparecimento do chefe de gabinete interino, Mick Mulvaney, para sexta-feira, mas não se espera que ele se apresente. De fato, hoje dois funcionários mais da Casa Branca não apareceram, igual que outros dois na segunda-feira, ao continuar a batalha entre o poder legislativo e a Casa Branca.  

Vários estão esperando que a disputa seja resolvida por um tribunal que está avaliando o caso de outro alto funcionário da Casa Branca que solicitou uma determinação judicial entre ordens da Casa Branca de não cooperar e ordens do Congresso que exigem seu testemunho. 

Ao mesmo tempo, versões nos meios indicam que estrategistas republicanos estão elaborando uma nova narrativa que já não rechaça a existência de um possível quiproquó, mas argumenta que este tipo de manobra talvez seja questionável, mas não chega a ser motivo para um julgamento político de um presidente. 

Enquanto isso, em outro golpe potencial contra o presidente, Lev Parnas, um sócio do advogado pessoal de Trump, Rudolph Giuliani que foi preso em outubro acusado de violar leis de financiamento de campanhas, ao canalizar fundos do exterior para contendas republicanas, informou que agora sim está disposto a se apresentar ante o Congresso. Parnas e Igor Fruman que trabalharam de perto com Giuliani em seu manejo fora dos canais oficiais da relação com o regime ucraniano, haviam doado mais de 300 mil dólares a um comitê político de apoio a Trump, e jantaram com o presidente em uma ocasião. Aparentemente, Parnas mudou de opinião quanto a cooperar com os desejos da câmara porque se irritou com “a falsa afirmação do senhor Trump de que não o conhecia”, informou seu advogado.   

Enquanto isso, o líder da maioria republicana no Senado, onde se realizaria o julgamento político de Trump ,se a câmara formular e aprovar acusações formais, tal como se espera, rompeu com normas básicas ao prognosticar que o presidente será absolvido. Tudo antes que conheça a evidência, as acusações ou que se realize o julgamento.  

Por otro lado, hoy se inició el juicio del asesor personal de Trump, Roger Stone, quien fue arrestado en enero por el FBI acusado de 7 delitos incluyendo obstrucción de justicia, mentir al Congreso e intentos de intimidación de testigos como resultado de la investigación del fiscal especial Robert Mueller.

Por outro lado, hoje começou o julgamento do consultor pessoal de Trump, Roger Stone, que foi preso em janeiro pelo FBI acusado de 7 crimes, incluindo obstrução da justiça, mentindo ao Congresso e tentativas de intimidar testemunhas como resultado da investigação. Promotor especial Robert Mueller.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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