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ToggleA corrente eleição nacional nos EUA determina qual partido controlará o Congresso e com isso o poder sobre o orçamento e outros assuntos nacionais. Porém, as eleições também oferecem um mosaico de expressões de eleitorado na conjuntura política dos Estados Unidos.
No Colorado, por exemplo, uma das cúmplices mais leais de Donald Trump poderia perder sua cadeira na câmara baixa a um opositor que enfrentou a retórica provocadora da trumpista ao acusá-la de usar a ira como entretenimento. O democrata Gabe Vasquez derrotou um republicano que tem controlado um distrito fronteiriço no Novo México por quase uma década.
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“Os candidatos progressistas tiveram uma grande noite eleitoral. Agora haverá mais progressistas fortes do que nunca na câmara baixa dos Estados Unidos”, comentou o senador Bernie Sanders em um tuite com uma longa lista destes triunfos, entre os quais se encontram os novatos Summer Lee, na Pensilvânia, e Greg Casar, no Texas
Progressive candidates had a great election night. I want to thank everyone who got out there and helped make this happen. There will now be more strong progressives in the U.S. House than ever before. I’d like to quickly highlight a few of them.
— Bernie Sanders (@BernieSanders) November 9, 2022
Mas nem tudo foi triunfante para os democratas. Na Flórida, a republicana trumpista Anna Paulina Luna ganhou um assento da câmara baixa federal que havia estado em mãos democratas durante décadas. Luna, que trocou de sobrenome em honra de suas raízes mexicanas, foi batizada como a resposta republicana à deputada progressista de perfil nacional Alexandria Ocasio-Cortez.
A ex-modelo, garçonete e brevemente trabalhadora em um clube de cavalheiros tem meio milhão de seguidores em sua conta do Instagram, onde compartilha imagens dela como Trump. “A política conservadora está transcendendo idade, raça, gênero, conseguimos fazer uma ponte sobre a brecha”, comentou ao New York Times, afirmando que “esta ideia vai além de apenas política – é um estilo de vida”.
Remessa OnLine
Análise preliminar dos resultados sugere que a participação eleitoral neste ano foi inferior à das últimas eleições intermediárias
Armas de fogo
Dias antes da eleição na Carolina do Norte, o La Jornada foi informado de que simpatizantes apoiando democratas ou republicanos portaram armas de fogo (embora ninguém tenha disparado até agora) durante as campanhas, e em um posto de votação a polícia foi chamada porque um homem estava obstruindo a votação, acusando os democratas de empregarem a conexão WiFi para manipular os resultados.
A eleição não se tratou só do Congresso Federal. Pela primeira vez em quase 40 anos, em Michigan os democratas conquistaram a maioria do Senado estadual e da câmara baixa. Também se projetou que conquistarão a maioria nos senados estaduais da Pensilvânia e em Minnesota, estados chaves do mapa eleitoral para a eleição presidencial de 2024.
Para beneficiar Trump em 2024, republicanos querem aparelhar sistema eleitoral dos EUA
Em Massachusetts, uma onda progressista derrotou um xerife direitista acusado pelo procurador do estado de abusar sistematicamente de imigrantes sob sua custódia. Em Granville, Carolina do Norte, foi eleito o primeiro xerife afro-estadunidense nos 276 anos de história desse condado, e em um condado próximo foi eleito um legislador estadual graças a uma mobilização de base, o que será chave para frear a ofensiva de maioria republicana.
Representantes de organizações latinas, afro-estadunidenses, de mulheres e de jovens ressaltam a conquista da participação de suas filas nesta eleição ao sublinhar que isto respondeu à mensagem de que a própria democracia estava em jogo.
Aparentemente, a salvação de democracia não inspirou a todos, já que a análise preliminar dos resultados sugere que a participação eleitoral neste ano foi inferior à das últimas eleições intermediárias. Os jovens, em particular, participaram em números menores que em 2018.
Independente dos resultados, o Congresso recém-dividido não realizará muito, e o fracasso em abordar as principais questões que mais preocupam o eleitorado apenas alimentará o desencanto e a abstenção no futuro. “Sei que é importante votar, mas, na verdade, o que o Congresso faz? Quase nada”, disse ao La Jornada uma mulher ao votar na Carolina do Norte.
David Brooks | Correspondente do La Jornada em Nova York, com a colaboração especial de Jim Cason.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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