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ToggleNos últimos tempos, tornou-se forte uma moda no Ocidente chamar de propaganda toda verdade incômoda que possa afetar sua pretensa hegemonia sobre o espaço midiático.
Nos Estados Unidos, por exemplo, qualquer notícia favorável à Rússia é perseguida e encurralada como uma heresia, com o pouco transparente argumento de que com isso se assume uma posição a favor do governo do presidente Vladimir Putin.
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No princípio só era demonizado o tema político no caso da Rússia, mas agora chega a todos os campos: o econômico sobretudo, mas também ao cultural e ao esportivo.
O afã por situar a mídia russa como mera fabricante de propaganda começou muito antes da operação militar que Putin ordenou na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para proteger a população da zona sublevada do Donbass.
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Agora, em seu décimo pacote de medidas punitivas unilaterais contra a Rússia, a UE acaba de proibir na Europa as transmissões da cadeia Russia Today e a difusão da agência Sputnik em seus serviços em idioma árabe.
Observadores consideram que, em sua tentativa de impedir qualquer possibilidade de uma opinião alternativa, o Ocidente, longe de reconhecer um total cerceamento da liberdade de imprensa, prefere denunciar uma suposta propaganda.
Quem fala nesses termos parece esquecer o papel crucial de acompanhamento ou adiantamento na acomodação da opinião pública nos Estados Unidos e fora deste país que desempenham os estúdios de Hollywood com muitos de seus filmes.
Tampouco ninguém quer falar da preparação artilheira com fake news que realiza a agência estatal estadunidense USAID contra a Rússia e outros governos, como Síria, Cuba ou Venezuela, por exemplo.
Foto: David Yerga, Madrid, 2008/Flickr
Mais de 11 mil medidas punitivas foram aplicadas contra a Rússia muito antes de começar a operação na Ucrânia
Papel no confronto
A Europa, por outro lado, arremete contra o serviço em árabe da mídia russa, algo que aparentemente pareceria distante do conflito na Ucrânia, mas mais próximo das consequências das sanções do Ocidente contra Moscou por seu papel no confronto.
Mais de 11 mil medidas punitivas foram aplicadas por países como Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, assim como a UE, muito antes de começar a operação na Ucrânia, o que incluiu um boicote escalonado à compra de gás e petróleo russos, do qual se excluem ainda o fornecimento por oleodutos.
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A Rússia exportou em determinado momento 27% do petróleo e quase 40% do gás consumido pela Europa, este último enviado por gasodutos.
Visando aumentar o volume do fornecimento de gás russo para a Europa, foram construídos os gasodutos Nord Stream I e Nord Stream II, além do sistema de dutos Soyuz que passa pela Ucrânia.
Terrorismo de Estado
Moscou destaca as denúncias de que os Estados Unidos dinamitaram os dois gasodutos no ano passado, deixando assim a Europa sem grande parte do gás comercializado pela Rússia.
Isso levou os europeus a buscarem vias alternativas, além das empresas estadunidenses de xisto, com seus altos preços e contínuos incumprimentos das entregas de gás.
Nord Stream: Reportagem descreve como EUA explodiram gasoduto russo
Uma das alternativas sérias na esfera energética são países como Arábia Saudita ou Qatar, onde, ao contrário das esperanças do Ocidente, registra-se uma melhora substancial das relações com a Rússia.
O que é transmitido em árabe por RT e Sputnik sobre a luta do governo sírio contra o terrorismo ou as boas relações econômicas da Rússia com a Arábia Saudita, Emirados Árabes ou Qatar, em nada ajuda a enfraquecer esses vínculos, tal como deseja o Ocidente.
Mas quem organiza a inquisição de “propagandistas”, parece fazê-lo só porque sente uma redução dos efeitos da sua, em um mundo onde não só a pretensa hegemonia política do Ocidente, mas também a midiática, enfrenta sérios problemas para impor-se.
Redação | Prensa Latina
Tradução: Ana Corbisier
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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