A Comunidade de Madri, uma das 17 autonomias que integram o Estado espanhol e talvez a mais importante por sua influência política, econômica e comercial, viverá amanhã uma de suas eleições mais tensas e disputadas de sua história.
Apesar de todas as pesquisas de opinião apontarem uma vitória da direita, a eleição se converteu, por um lado, uma espécie de referendo à gestão do governo central à pandemia da Covid-19 e, por outro, uma emenda à atuação da direita na longa e polêmica forma de gerir os serviços públicos na região, de maneira específica na saúde.
A atual presidenta da Comunidade de Madri e candidata do direitista Partido Popular (PP), Isabel Díaz Ayuso, precipitou o adiantamento eleitoral; uma moção de censura inesperada em Murcia, impulsionada pelo Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE) e Ciudadanos – até então sócio preferencial do PP em Murcia e Madri.
David Mudarra
As encruzilhadas e as respostas às eleições madrilenhas se resolverão na próxima terça-feira.
As eleições antecipadas também precipitaram alguns movimentos estratégicos nos partidos: o PP manteve íntegro seu cartel, liderado por Ayuso e os conselheiros de seu governo; o PSOE decidiu converter as eleições autonômicas em uma questão nacional, na qual o próprio Pedro Sánchez manteve um papel protagônico; em Ciudadanos houve uma limpeza radical das caras visíveis, que não evitará o naufrágio da formação de centro-direita; Más Madrid, um partido de esquerda criado de uma cisão de Unidas Podemos (UP), confirmou-se como a grande alternativa da esquerda, mas ainda longe de colher aos apoios necessários para liderar o bloco.
A extrema-direita de Vox manteve sua líder na região, Rocio Monasterio, com seu discurso incendiário contra a migração e a esquerda. Por último, Podemos viveu sua própria convulsão, primeiro com o inesperado anúncio de seu líder, Pablo Iglesias, que renunciou à vice-presidência do governo central para se converter em candidato à comunidade autônoma e fechar a passagem à “extrema-direita”, e depois com o fracasso de sua iniciativa de criar um bloco unitário de esquerda para fazer frente ao PP.
A maioria das pesquisas de opinião vaticinam que estas eleições serão das mais previsíveis dos últimos anos. Triunfará a direita e além disso o PP poderia somar mais cadeiras que todo o bloco de esquerda e duplicará seus atuais deputados- de 30 a 60 ou mais – com o que se aproximará da maioria absoluta; o PSOE passará de primeira a segunda força e poderia perder entre sete e dez cadeiras, chegando inclusive a perder sua hegemonia no bloco da esquerda; Más Madrid, a formação de esquerda que mais ilusão desperta, graças em grande parte à sua candidata, Monica García, uma sanitária carismática e comprometida; Vox manterá e inclusive somará algumas cadeiras aos seus atuais doze deputados.
Os dois perdedores serão Ciudadanos, que está à beira do desaparecimento na região; e UP e seu líder Pablo Iglesias, que obterá o último lugar. As encruzilhadas e as respostas às eleições madrilenhas se resolverão na próxima terça-feira.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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