O presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, confirmou ontem (21) em um ato em Barcelona que concederá indulto aos nove políticos independentistas catalães que cumprem condenação pelos delitos de sedição e malversação de dinheiro público por sua participação na falida declaração unilateral de independência de outubro de 2017.
Nenhum representante do governo catalão nem dos partidos separatistas compareceram no ato que foi celebrado no Teatro Liceu de Barcelona, onde Sánchez foi vaiado por simpatizantes da causa separatista, que reclamaram a anistia e a autodeterminação e consideraram que sua presença era um “ato colonialista intolerável”.
Sánchez havia preparado um ato sob medida: no Liceu de Barcelona, uma das grandes referências da cultura catalã, com algo mais de 300 convidados da sociedade civil e do governo e na véspera do Conselho de Ministros no qual aprovará os indultos aos políticos condenados a penas de até 13 anos de prisão.
Diário Palentino
Nenhum representante do governo catalão nem dos partidos separatistas compareceram ao ato.
Os primeiros problemas apareceram algumas horas antes, quando o governo catalão em pleno recusou o convite e se negou a comparecer ao ato, assim como os representantes de todos os partidos independentistas e espanholistas, além dos representantes das associações separatistas que foram fundamentais no movimento a favor da secessão.
Apesar de tudo, o mandatário espanhol seguiu com seu programa e anunciou que “poderíamos continuar com o memorial de agravos, poderíamos voltar aos reproches, continuar com os problemas, buscar novas causas ou mais culpados e seguir com a discórdia, ou dedicar nosso tempo e todas as nossas energias para resolver o problema e apostar pela concórdia, que significa, literalmente, com coração. E isso é o que o governo da Espanha decidiu: afrontar o problema e buscar a concórdia”.
E agregou: “Estou convencido de que tirar estas nove pessoas do cárcere, que representam milhares de catalães, é um rotunda mensagem da vontade de concórdia e convivência da democracia espanhola”.
Entre os políticos que serão libertados quase de forma imediata figuram o ex-vice-presidente catalão e líder da Esquerda Republicana da Catalunha, Oriol Junqueras e a ex-presidente do Parlamento catalão, Carme Forcadell, bem como os antigos conselheiros e os dois líderes da sociedade civil que mobilizaram a Sociedade a favor da Independência unilateral, Jordi Sánchez e Jordi Cuixart.
Os outros acusados que decidiram refugiar-se em outros países, entre eles o líder máximo do movimento secessionista, o ex-presidente Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde novembro de 2017, terá agora mais fácil o seu retorno ao país.
Armando G. Tejeda, Correspondente de La Jornada em Madri
La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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