“O compromisso de ambas as organizações era formular uma proposta para desbloquear a governabilidade em Espanha. Agora vamos assinar o documento”. Foi assim que o líder do PSOE anunciou, menos de 48 horas após as eleições, o que tentou evitar durante os meses que passaram desde as eleições de abril. Pedro Sánchez diz que se trata de “um governo rotundamente progressista para quatro anos”.
El nuevo Gobierno será rotundamente progresista. Estará integrado por fuerzas progresistas y basado en la cohesión, la lealtad, la solidaridad gubernamental y la voluntad de aprovechar los perfiles más idóneos para trabajar por el progreso de España y de toda la ciudadanía. pic.twitter.com/pJIfQldtsy
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) 12 de novembro de 2019
A nova composição do parlamento não deixou outra hipótese aos socialistas senão um acordo à sua esquerda para conseguir maioria para governar. Ainda assim, a soma dos deputados das duas formações não é suficiente para o conseguir, faltando garantir o apoio de mais 21 deputados, a maior parte entre membros das bancadas soberanistas e independentistas.
“O que em abril se tornou uma oportunidade histórica é agora uma necessidade histórica”; afirmou Iglesias após assinar o texto do pré-acordo, prometendo trabalhar com “lealdade” e “lado a lado” com o líder do PSOE naquele que será o primeiro governo de coligação à esquerda desde a II República espanhola.
Las cosas importantes no salen a la primera. #GobiernoDeCoalición #SíSePuede pic.twitter.com/V6LYS1SX6q
— PODEMOS (@ahorapodemos) 12 de novembro de 2019
O texto do pré-acordo contém dez pontos que correspondem em grande medida aos temas já presentes no acordo entre os dois partidos para o Orçamento de 2018 e que também estiveram em debate nas negociações fracassadas para um governo conjunto nos últimos meses.
Twitter / PSOE
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias na assinatura do pré-acordo de governo
Entre esses pontos estão o combate à precariedade, a luta contra a corrupção, a defesa dos serviços públicos, o direito à habitação, o controlo do aumento das casas de apostas, a luta contra as alterações climáticas, o apoio às pequenas e médias empresas, o direito à eutanásia, medidas para implementar justiça fiscal, políticas feministas e o combate ao despovoamento.
Los españoles y españolas han hablado. Nos corresponde a los dirigentes traducir su voluntad y superar el bloqueo. Hoy el @PSOE y Unidas Podemos firmamos un preacuerdo para conformar un Gobierno progresista de coalición. pic.twitter.com/XDPLfLkOkQ
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) 12 de novembro de 2019
Um dos pontos trata expressamente de “garantir a convivência na Catalunha”, com o futuro governo PSOE/Unidas Podemos a comprometer-se a dar prioridade à normalização da vida política catalã, fomentando o diálogo e encontrando formas de entendimento “sempre dentro da Constituição”. O fortalecimento das autonomias é outro dos compromissos deste ponto.
Quanto a medidas que concretizem esta declaração de intenções e qual será a orgânica e composição deste governo inédito, isso só será divulgado nos próximos dias após reuniões entre as equipas negociais dos dois partidos.
A noticia do pré-acordo foi recebida com satisfação por parte dos dirigentes partidários à esquerda. O líder da Izquierda Unida, Alberto Garzón, que integra a Unidas Podemos e esteve presente na assinatura desta tarde, foi dos primeiros a congratular-se pelo entendimento.
Hemos alcanzado un acuerdo para un gobierno de coalición entre Unidas Podemos y PSOE. Hoy es un día de celebración. Gracias a toda la militancia que peleó que pudiéramos llegar aquí. Hemos demostrado que se puede. ✊?
— Alberto Garzón? (@agarzon) 12 de novembro de 2019
Também a alcaldesa de Barcelona, Ada Colau, expressou alívio pela solução encontrada. “Face ao avanço dos discursos de ódio e a extrema-direita, era uma obrigação chegar a um acordo de governo progressista. Para fazer políticas sociais urgentes e começar uma nova etapa de diálogo”, afirmou.
Por fin, sentido común. Frente al avance de los discursos de odio y la extrema derecha, era una obligación llegar a un acuerdo de gobierno progresista. Para hacer políticas sociales urgentes y empezar una nueva etapa de diálogo #sisepuede y #sedebe
— Ada Colau (@AdaColau) 12 de novembro de 2019
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