Pesquisar
Pesquisar

Revista dos EUA compara Bolsonaro a Jim Jones, autor do massacre de Jonestown

Em 1978, o pastor promoveu um suicídio em massa de 909 fiéis na Guiana. Salon diz que brasileiro faz o mesmo ao pregar uso da cloroquina e fim do isolamento em meio à pandemia
Luiza Fragão
Revista Fórum
São Paulo (SP)

Tradução:

O articulista David Nemer, da revista estadunidense Salon, publicou  um artigo nesta quarta-feira (8) comparando o presidente Jair  Bolsonaro ao pastor Jim Jones, responsável pelo suicídio em massa de 909 fiéis, incluindo crianças, em Jonestown, na Guiana, em 1978.  

O texto de Nemer diz que, da mesma forma que Jones convenceu seus seguidores a tomarem uma bebida envenenada com cianeto, Bolsonaro leva seus apoiadores ao mesmo caminho ao incentivá-los a usar cloroquina como solução contra o coronavírus, assim como criticar o isolamento social em meio à pandemia.

“Embora essa história [de Jim Jones] possa parecer incomum, ela representa a materialização de como as pessoas podem ser manipuladas quando alguém tira proveito de seus medos e vulnerabilidades”, diz o autor.

Em 1978, o pastor promoveu um suicídio em massa de 909 fiéis na Guiana.  Salon diz que brasileiro faz o mesmo ao pregar uso da cloroquina e fim do isolamento em meio à pandemia

Montagem Diálogos do Sul
Jair Bolsonaro e Jim Jones

“Pouco antes de Jones decretar suicídio em massa, ele disse a seus seguidores que ‘parassem com essa histeria’, usando a mesma terminologia que Bolsonaro invoca para atacar medidas preventivas de coronavírus. Mas em vez de beber ‘Flavor-Aid’ atado a cianeto para parar a histeria, Bolsonaro instou as pessoas a tomar hidroxicloroquina, uma droga que ainda não foi totalmente testada no tratamento ao COVID-19, e dando às pessoas uma falsa impressão de estarem seguras contra o contágio, para que eles pudessem voltar ao trabalho”, diz em outro trecho.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro voltou a atacar pelo Twitter o infectologista David Uip, que também é chefe do Centro de  Contingência ao Coronavírus no Estado, e a defender o uso da cloroquina no combate ao coronavírus. 

Bolsonaro diz que “cada vez mais o uso da Cloroquina se apresenta como algo eficaz. Dois renomados médicos no Brasil se recusaram a divulgar o que os curou da COVID-19″. Ele então questiona: “Seriam questões políticas, já que um pertence a equipe do Governador de SP?”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, também tem insistido no uso da cloroquina, mesmo que não haja estudos que comprovem a eficácia do medicamento no tratamento do novo coronavírus.

Veja também


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Luiza Fragão

LEIA tAMBÉM

Cidades “santuário” para imigrantes se preparam para barrar ofensivas de Trump
Cidades “santuário” para imigrantes se preparam para barrar ofensivas de Trump
Putin Mais do que trégua, precisamos de uma paz duradoura (1)
Putin: Mais do que trégua, precisamos de uma paz duradoura
Ucrânia teria prometido US$ 100 mil e passaporte europeu a autor de atentado na Rússia
Ucrânia teria prometido US$ 100 mil e passaporte europeu a autor de atentado na Rússia
A esperança das crianças em Gaza A guerra tirou tudo de nós, mas nunca vai tirar nosso sonho
A esperança das crianças em Gaza: "A guerra tirou tudo de nós, mas nunca vai tirar nosso sonho"