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ToggleApós cair em uma emboscada, os mercenários do grupo Wagner entraram em combate com seus agressores e mostraram ao chefe destes como prisioneiro de guerra durante um interrogatório transmitida por Internet no domingo, onde o sujeito, cabisbaixo, se identifica e reconhece que foi ruim a ordem de abrir fogo.
O acontecimento ocorreu há dias e o indivíduo que responde às perguntas admitiu ser o tenente coronel do exército russo, Roman Venevitin, comandante da brigada motorizada Nº 72, e ordenou disparar contra seus “companheiros de armas”, em teoria, porque – assim o disse – “havia bebido demais e lhe caem mal” os mercenários do grupo Wagner.
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O ministério de Defesa russo eludiu nesta segunda-feira qualquer comentário acerca deste escândalo que confirma o que se via vir: o aberto enfrentamento verbal entre o dono dos Wagner e a cúpula do exército russo já se transferiu ao terreno dos tiroteios com “fogo amigo”.
Além disso, uma das partes implicadas, ventila publicamente em humilhação da outra, sem que as autoridades se deem por inteiradas de que têm um problema sério e, portanto, nem desmentem nem tomam partido por nenhum de seus combatentes enfrentados.
Nesse contexto, continua discutindo-se se os ataques que Moscou assevera haver rechaçado no domingo em cinco direções da região de Donetsk – e que continuaram nesta segunda-feira com novos bombardeios agora na região de Belgorod – mostram o fiasco do começo da muito anunciada ofensiva ucraniana, como concluem uns, ou se trata de apenas golpes repentinos para medir a capacidade russa de defesa em um dado lugar, em busca dos lugares pior fortificados, na leitura que fazem outros.
O mesmo passa com a recorrente afirmação do general Igor Konashenkov, porta-voz oficial da dependência castrense russa, no sentido de que o exército russo repele com êxito todas as tentativas de incursão a partir da Ucrânia nas regiões fronteiriças, embora horas mais tarde, tenham aparecido vídeos de combates em solo russo e até militares russos detidos, sobretudo em Belgorod, pelos grupos que se dizem cidadãos russos que se opõem ao Kremlin.
Entretanto, brigado com o empresário Yevgueni Prigozhin, dono do grupo Wagner, por “lavar a roupa suja fora de casa”, o governante checheno, Ramzan Kadyrov, afirma estar pronto para enviar “70 mil combatentes” para “aniquilar os terroristas” na região de Belgorod. Prigozhin, seu antigo aliado, também diz que “só necessita a ordem” do Kremlin para mandar seus homens para lá e o terceiro em discórdia, o exército russo, reverte que não necessita a ajuda de ninguém e envia recrutas sem experiência para proteger a fronteira.
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Peskov: "Esperamos que (a proposta de Sullivan) se reafirme na prática com passos através dos canais diplomáticos"
Controle de armas nucleares
Nesta segunda-feira (5), o Kremlin reagiu ao que disse três dias antes o principal assessor de política exterior da Casa Branca, Jake Sullivan, com relação aos Estados Unidos estarem prontos para dialogar com a Rússia sem condições sobre um futuro controle de armas nucleares.
“Não nos convém embarcar nossos países em uma competição de forças nucleares estratégicas”, declarou Sullivan, e refletiu: “no lugar de esperar resolver todas as nossas diferenças de ordem bilateral, os EUA tratarão de convidar a Rússia para projetos que permitam gerir riscos nucleares e desenvolver um acordo posterior a 2026”.
“Erradicar armas nucleares é um trabalho de todos”, conclama sobrevivente de Hiroshima
Dmitry Peskov qualificou dessa forma as palavras: “o senhor Sullivan fez uma declaração importante e positiva. É claro que esperamos que se reafirme na prática com passos através dos canais diplomáticos. Depois já poderemos estudar os formatos de diálogo propostos”.
De acordo com o porta-voz da presidência russa, Moscou “continua aberta ao diálogo” e considera de “extrema importância” as declarações de Sullivan, mas é necessário saber em que consiste a proposta de Washington.
O pacto dos cereais, pendente
A Rússia continua descontente com o cumprimento da iniciativa do mar Negro, que com a mediação da Turquia e das Nações Unidas permite desde julho do ano passado exportar os cereais ucranianos a partir de portos desse mar, em troca de facilitar a venda de fertilizantes e produtos agropecuários russos.
Estes, embora não figurem na lista de sanções ocidentais, enfrentam numerosos problemas logísticos (negativa de seguros e resseguros de cargas procedentes da Rússia; proibição para embarcações russas entrar em portos, etc.), o que na opinião da Rússia põe em dúvida a conveniência de prorrogar o acordo.
Guerra na Ucrânia: acordo para exportar grãos é repactuado com ajuda de Turquia e ONU
Por este motivo, na última sexta-feira (2), a Rússia e as Nações Unidas se reunirão em Genebra para debater as condições para salvar este chamado pacto dos cereais que beneficia os países mais pobres e que padecem de fome no mundo.
“É possível ampliar o acordo?” Perguntou nesta segunda-feira (5) a agência oficial TASS ao vice-chanceler russo Serguei Vershinin, a cargo das negociações. “Não vemos perspectivas, mas seguimos, é claro, dialogando com as Nações Unidas para suprimir os requisitos que Kiev quer impor à venda de fertilizantes russos, sobretudo do amoníaco, o que lamentavelmente j[a levou a situação a um ponto morto”, apontou.
Juan Pablo Duch | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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