Os números foram divulgados, este domingo, pelo diário israelense Haaretz, que inclui nos ataques dos colonos ações como “espancamentos e lançamento de pedras contra palestinos, pintar palavras de ordem nacionalistas, anti-árabes e anti-muçulmanas, danificar casas e carros, cortar árvores pertencentes a agricultores palestinos”, revela o Middle East Monitor.
Estes tipo de ataques diminuiu bastante em 2016 e 2017, indica o portal referido, acrescentando que, de acordo com o Haaretz, essa diminuição se deve à “resposta das autoridades israelenses subsequente ao lançamento de uma bomba incendiária contra uma casa na aldeia de Duma”, no Norte da Cisjordânia ocupada.
Nesse ataque, perpetrado por colonos israelitas em Julho de 2015, perderam a vida três membros da família Dawabsheh, incluindo um bebé de 18 meses. O único sobrevivente foi o filho mais velho, Ahmed, de quatro anos.
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Criança palestina no interior da sua casa, incendiada por colonos israelitas em Maio de 2018
Ataques sucedem-se na Margem Ocidental ocupada
Após a diminuição da violência dos colonos em 2016 e 2017, que o Haaretz atribui à ação do serviço de segurança israelense, Shin Bet, após o ataque em Duma, as ações violentas dos colonos israelenses aumentaram novamente, de forma exponencial, no ano passado.
A 12 de Outubro, Aisha Muhammad Talal al-Rabi, de 47 anos, foi morta perto de Nablus (Norte da Cisjordânia ocupada), quando um grupo de colonos israelenses atacou à pedrada o carro em que seguia com o marido. Então, a agência Wafa referia que colonos e extremistas judeus costumavam atirar pedras contra carros de palestinos que passavam na estrada onde Aisha foi atacada sem que o Exército israelense, que intensificara a sua presença na região, fizesse algo para os deter.
Também se tornaram frequentes os ataques de colonos israelenses a escolas palestinas, com as autoridades de Ramallah acusando os militares israelenses de facultarem proteção aos colonos, assistirem impassíveis aos ataques e raramente fazerem alguma coisa para proteger os palestinos.
Ontem, foram presos “cinco estudantes de yeshivas (seminários judaicos)” em ligação com o assassinato de Aisha al-Rabi. O fato de a ministra da Justiça israelita, Ayelet Shaked, ter telefonado à mãe de um detidos para a apoiar constitui, para o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), “um exemplo chocante da cumplicidade ou complacência das autoridades israelenses” com os “atos de violência dos extremistas judeus contra os palestinos”.
Entretanto, a agência Ma'an noticia que, na quinta-feira da senama passada, um grupo de colonos israelenses atacou à pedrada viaturas de palestinos perto do posto de controle militar israelita de Zaatara, na região de Nablus, precisamente o local onde Aisha al-Rabi foi morta, em outubro último.
Cerca de 600 mil israelenses vivem em colonias – consideradas ilegais à luz do direito internacional – na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupadas. Os chamados “postos avançados“, de onde provêm muitos dos atacantes, são também “ilegais” à luz do direito israelense, mas, sublinha o MPPM, “nem por isso deixam de gozar de financiamentos, directos e indirectos, do Estado sionista e da proteção do exército de ocupação”.