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ToggleO então presidente Donald Trump contemplou bombardear laboratórios de drogas ilícitas no México, ação que comentou repetidamente chegando até a perguntar a seu secretário de Defesa se os Estados Unidos podiam realizar esse tipo de operação.
Segundo conta a repórter Maggie Haberman, que cobriu a Casa Branca de Trump para o New York Times em seu novo livro Confidence Man, a ideia de bombardear objetivos no México foi provocada por seu secretário assistente de Saúde, Brett Giroir, em uma visita ao Salão Oval onde argumentava que se requeria medidas para frear o fluxo de drogas pela fronteira.
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Trump aparentemente se confundia sobre que posto ocupava o funcionário, já que usava uniforme formal militar quando visitava o mandatário, reporta Haberman em seu livro. O trabalho está programado para sair à venda na próxima terça-feira (4). O Washington Post obteve uma cópia e reportou sobre este e outros incidentes, incluindo o comportamento errático de Trump em suas reuniões com líderes internacionais, legisladores, empresários e sua própria equipe de assessores, entre eles sua filha Ivanka e seu genro Jared Kushner (que desejou expulsar da Casa Branca em várias ocasiões).
El Financiero
Livro também aprofunda os primórdios da carreira política de Trump quando era empresário em Nova York
Tema recorrente
Sobre o tema de bombardear o México, Trump “o abordou várias vezes, eventualmente perguntando a um pasmado secretário de defesa, Mark Ésper, sobre se os Estados Unidos poderiam de fato bombardear os laboratórios”, segundo o livro.
Certamente, não é a primeira vez que se reporta que Trump considerou bombardear alvos no México. Em maio deste ano, foi informado que o próprio ex-secretário Esper escreveu isso em seu livro de memórias, A Sacred Oath.
Segundo Ésper, em 2020 Trump lhe perguntou sobre a possibilidade de lançar mísseis no México para “destruir os laboratórios de drogas” e destruir os cartéis e sugerindo que essas ações militares estadunidenses poderiam ser mantidas em segredo – “ninguém saberia que fomos nós”, lhe disse o presidente.
Esper diz que o presidente lhe comentou que os mexicanos “não têm controle de seu próprio país”.
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O livro de Haberman relata – baseado em parte em três amplas entrevistas com Trump, mais dezenas de entrevistas com outras figuras da órbita do ex-mandatário – vários episódios de suas relações com outros líderes, incluindo seu desprezo por quase todos, desde Angela Merkel à sua contraparte britânica, como também seu mal manejo da pandemia, sua obsessão com seu perfil público e sua aparente ignorância, falta de interesse no funcionamento do governo e descuido com material de inteligência classificado.
Também descreve sua constante provocação de conflito entre seus próprios assessores e até familiares.
De acordo com a autora, Trump se tornou cada vez mais errático depois de seus processos de impeachment, e após sua derrota eleitoral ficou obsessivo com teorias de conspiração e em como anular a eleição para manter-se na Casa Branca, o que incluiu a contratação de advogados e assessores externos que alarmaram sua equipe por estar disposto a promover esforços extremos e “delirantes”.
Ao mesmo tempo, o livro também aprofunda os primórdios de sua carreira política quando era empresário em Nova York, incluindo sua relação com um mentor, o advogado Roy Cohn, braço direito do legislador Joe McCarthy, que promoveu o perseguição política a esquerdistas nos anos 50 (e de onde vem o termo “McCarthyism”).
David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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