O presidente eleito Joe Biden e sua vice-presidenta eleita Kamala Harris continuaram seu caminho à Casa Branca aonde chegarão em 20 de janeiro, mas o ocupante atual continua insistindo em que nunca concederá a eleição um dia depois de ter cedido à transição.
Três estados claves a mais, Pensilvânia, Nevada e Minnesotta, certificaram os resultados da eleição presidencial dando o triunfo a Biden em cada estado, fechando cada vez mais a porta à estratégia de Trump de frear o processo eleitoral.
Biden ganhou 306 votos eleitorais contra 232 de Trump e, ao mesmo tempo, o democrata superou os 80 milhões de votos ao seu favor, o número mais alto alcançado por um candidato presidencial na história do país.
Trump continuou insistindo em que houve uma magna fraude e sua equipe de advogados, encabeçado pelo cada vez mais enlouquecido Rudy Giuliani, segue oferecendo acusações de conspiração, irregularidades e votos fantasmas sem evidência. Depois de três semanas das eleições que perdeu, Trump afirmou em um tuíte que jamais reconhecerá o triunfo de Biden.
No entanto, a cada dia Trump se está tornando mais irrelevante – algo que é difícil de aguentar para quem requer toda a atenção, todo o tempo.
O processo de transição já oficial a partir de segunda-feira se acelerou hoje com as agências de inteligência iniciando suas sessões informativas com o presidente eleito pela primeira vez, enquanto a equipe de transição já se comunicou com cada agência federal, e foram realizadas reuniões iniciais para a troca de executivo.
Kamala Harris, a primeira mulher e primeira pessoa de cor em ocupar a vice-presidência, elogiou o gabinete em formação de seu governo ao introduzir seis integrantes encarregados de política exterior e segurança, apontando que será “um gabinete que se parece aos Estados Unidos” por sua diversidade.
De fato, esse gabinete em formação contém a primeira mulher a ser diretora de inteligência nacional, Avril Haines e o primeiro imigrante e latino como secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.
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Mayorkas declarou nesta terça-feira que promoverá “nossa história orgulhosa com um país de boas-vindas”, contrastando de imediato com a política anti-imigrantes do governo de Trump.
A notícia de que Janet Yellen, ex-presidenta da Reserva Federal, promotora da intervenção governamental na economia, economista laboral com uma ampla carreira acadêmica, será a primeira mulher como secretária do Tesouro nos 231 anos dessa dependência, foi celebrada tanto pelo setor financeiros como por economistas que elogiaram seu manejo da recessão de 2007-2009.
Wall Street festejou tanto a estabilidade prometida com a transição presidencial oficialmente em processo, o anúncio da próxima nomeação de Yellen (e o fato de que ela favorece estímulos econômicos) como notícias positivas sobre vacinas anti-Covid, com um crescimento a níveis recorde.
Trump – que havia advertido que os mercados da bolsa cairiam se ele perdesse a eleição – apareceu de repente na sala da imprensa da Casa Branca por um minuto só para dar-se o crédito pelo auge na Bolsa de Valores, e sem responder a nenhuma pergunta dos jornalistas. Aparentemente não lhe haviam informado que parte dessa alta aconteceu justamente porque ele vai embora.
Em sua primeira entrevista desde a eleição, Biden afirmou à NBC News que sua presidência não será “um terceiro período de Obama”, de quem foi vice-presidente. Sublinhou: “Enfrentamos um mundo totalmente diferente” ao dessa presidência, indicando que a presidência de Trump “mudou o panorama”.
Enquanto isso, líderes progressistas afirmam que não descansarão já que agora o mais urgente é fazer com que Biden e sua equipe atendam as necessidades urgentes dos mais vulneráveis. “Com o gangster neofascista Trump rumo à sua saída…temos que assegurar que as pessoas pobres e trabalhadoras não sejam sacrificadas outra vez para os lucros de Wall Street e as guerras do Pentágono no governo de Biden e Harris, sem importar de que cor ou gênero sejam seus funcionários”, advertiu o reconhecido filósofo e crítico social Cornel West.
La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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