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Comitê Judicial anuncia primeira audiência para formular denúncias contra Trump

Em pesquisa recente, as agências Reuters e Ipsos, registraram que a 40% opinião pública é a favor do impeachment do presidente americano
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

O advogado pessoal do presidente Donald Trump, Rudy Giuliani, que se encontra no centro da investigação que poderia desembocar em um julgamento político de seu chefe, foi vinculado hoje não apenas com sócios ucranianos acusados de atos corruptos, mas também com um multimilionário venezuelano sob investigação por lavagem de dinheiro em Miami.

Por sua vez, o Comitê Judicial da câmara baixa anunciou que sua primeira audiência pública sobre o processo de avaliação de evidência para formular denúncias que façam merecer a destituição do presidente será realizada em 4 de dezembro. 

O canteiro de corrupção ao redor da Casa Branca foi ampliado com revelações do Washington Post de que quando Giuliani viajou a Madri, em agosto, para encontrar-se com um assessor do presidente ucraniano e pressionar esse governo para investigar os democratas para favorecer a Trump nas eleições de 2020, também está cumprindo uma tarefa para outro cliente, o multimilionário venezuelano Alejandro Betancourt López, em cuja mansão na Espanha ficou hospedado (junto com seus sócios ucranianos-estadunidenses que aparentemente estavam interessados em negócios na Venezuela).  

O venezuelano havia contratado Giuliani para ajudá-lo em uma investigação do Departamento de Justiça contra ele por suspeita de lavagem de dinheiro e suborno.

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Enquanto isso, na Casa Branca, Trump brincou sobre o processo de seu impeachment ao participar na estranha tradição presidencial de perdoar a vida de um par de perus antes do Dia de Ação de Graças que seria festejado na quinta-feira, e comentou que as aves haviam sido convocadas pelo chefe do Comitê de Inteligência para testemunhar. Igual que os perus, Trump e seus estrategistas aliados continuam convencidos de que o Senado, sob controle republicano, vai perdoar sua vida no caso de, como se espera, enfrentar um julgamento político

Em pesquisa recente, as agências Reuters e Ipsos, registraram que a  40% opinião pública é a favor do impeachment do presidente americano

Twitter / Reprodução
O presidente Donald Trump

O Comitê Judicial da câmara baixa se prepara para assumir a responsabilidade do processo de impeachment, programando sua primeira audiência na qual especialistas legais reconhecidos se enfocarão em definir as bases constitucionais para a avaliação e formulação de denúncias para um impeachment.  

Aí será avaliado se vão proceder a formular denúncias que podem fazer mérito para a destituição do presidente – conhecidos como artigos de impeachment – que serão sujeitos à aprovação do plenário da câmara baixa, e caso sejam aprovados, enviados ao Senado para serem apresentados no julgamento político do presidente.

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O presidente do Comitê Judicial, o democrata Jerrold Nadler, enviou uma carta para a Casa Branca convidando o presidente e/ou seus representantes para participar nas audiências tal como foi estabelecido pelas regras aprovadas pela câmara baixa.  

Embora Trump tenha comentado que lhe gostaria testemunhar junto com vários integrantes de seu gabinete, argumentou de novo hoje que não o permitiu por considerar o processo como um ataque contra a própria presidência, e que tem que defender o posto para futuros mandatários.

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No entanto, um juiz federal acaba de rejeitar os argumentos da Casa Branca de que seus altos funcionários gozam de uma “imunidade absoluta”, declarando em sua sentença que “os presidente não são reis” ao ordenar que o ex-advogado da Casa Branca, Don McGahan deve cumprir a ordem de comparecer ante o Congresso. Entretanto, o Departamento de Justiça já apelou da decisão.

Por agora, os democratas estão avaliando as denúncias relacionadas com o abuso de poder e obstrução da justiça para formular as denúncias e submetê-las a uma votação no plenário da câmara antes do Natal e com isso, se forem aprovadas, enviá-las ao Senado para um provável julgamento político no início de janeiro.

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*David Brooks, correspondente de La Jornada, Nova York.

**La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

***Tradução: Beatriz Cannabrava

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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