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Foto: Michael Wong / Flickr

Pensamento crítico e transformação social: o legado de Martí e Gramsci para a América Latina

Integrar as perspectivas de Martí e Gramsci exige uma abordagem interdisciplinar e colaborativa essencial para entender e enfrentar os desafios contemporâneos na América Latina
Guillermo Castro Herrera
Diálogos do Sul Global
Alto Boquete

Tradução:

Ana Corbesier

“De pensamento é a guerra maior que travamos: vamos ganhá-la com o pensamento”. José Martí, 1895[1]

O sistema internacional que conhecemos – e que Martí intuiu no fulgor de suas vésperas – ingressou em uma crise de transição para um futuro ainda indeterminado. Isto demanda lutar por um futuro que seja sustentável pelo humano que chegue a ser em todos os campos da cultura. Em nossa América, esta luta requer abrir passagem para a renovação das raízes do pensamento crítico, que tem em José Martí um de seus principais expoentes. Esta renovação requer conhecer e dar a conhecer o vínculo entre a atualidade do pensado por Martí em seu tempo e a vigência de seu pensar no nosso, em particular no que se refere a seu compromisso com o melhoramento humano, a utilidade da virtude, e a luta pelo equilíbrio do mundo. Isso expõe dois planos de necessidade. Um consiste em distinguir entre os elementos estruturantes da visão do mundo que nos oferece o legado martiano, e aqueles elementos estruturados por essa visão ao longo do tempo.

Aqui, o estruturado expressa a maior ou menor atualidade do pensado por Martí em sua circunstância, enquanto o estruturante dá conta da vigência do pensar martiano na nossa. O outro é o do processo de formação e transformação destes elementos no período que vai dos tempos de Martí até o nosso. A complexidade destas tarefas exige um trabalho interdisciplinar, em que colaborem diversos centros de pesquisa e organizações vinculadas ao pensar martiano. A esse respeito, este documento tenta uma aproximação ao tema da relação entre a atualidade do pensamento e da vigência do pensar martianos, com vistas a torná-la um objeto de estudo que contribua para a construção das opções que nossa América demanda nos tempos de mudança que encaramos.

* * *

A organização do mercado mundial como um sistema internacional – interestatal, na realidade – ingressou em uma transição para um futuro ainda indeterminado. Este sistema constituiu-se depois da desintegração de sua prévia organização colonial ao longo da grande guerra de 1914 – 1945. A obra martiana tomou forma na primeira fase desse processo de transição. Não é de estranhar, portanto, que em sua plena maturidade esta obra preste especial atenção à necessidade de lutar pelo equilíbrio de um mundo cuja irracionalidade anunciava o ingresso do mercado mundial em sua fase imperialista.

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A necessidade desta luta é hoje maior do que nunca, quando está em risco a sobrevivência da própria espécie humana, como advertiu Fidel Castro, 31 anos atrás na Cúpula Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992.

O Homem sob risco de extinção

Uma importante espécie biológica está em risco de desaparecer devido à rápida e progressiva liquidação de suas condições naturais de vida: o homem. Agora tomamos consciência deste problema quando já é quase tarde para impedi-lo.

É necessário indicar que as sociedades de consumo são as responsáveis fundamentais pela atroz destruição do meio ambiente. Elas nasceram das antigas metrópoles coloniais e de políticas imperiais que, por sua vez, engendraram o atraso e a pobreza que hoje açoitam a imensa maioria da humanidade. Com apenas 20% da população mundial, elas consomem duas terças partes dos metais e três quartas partes da energia que se produz no mundo. Envenenaram os mares e rios, contaminaram o ar, debilitaram e perfuraram a camada de ozônio, saturaram a atmosfera com gases que alteram as condições climáticas com efeitos catastróficos que já começamos a padecer. [2]

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Este risco foi agravado, ainda, porque a transição em curso ocorre depois de meio século de hegemonia neoliberal, que fez seu e renovou o chamado à luta da civilização contra a barbárie, que caracterizou as vertentes colonial e oligárquica do liberalismo em nossa América na segunda metade do século 19. Isso permite entender que uma parte substantiva da luta por um futuro que seja sustentável para o humano que chegue a ser se trava já em todos os campos da cultura.

Batalha cultural

Esta batalha cultural exige encarar e transcender todas as formas do dogmatismo neoliberal, para abrir passagem à renovação das raízes do pensamento crítico em nossa América, que tem em José Martí um de seus principais expoentes, como é evidente em seu ensaio “Nossa América”, de 1891, que é como a ata de nascimento de nossa contemporaneidade. Ali, Martí define em sua raiz o desafio que enfrentamos hoje, e o modo de encará-lo, ao advertir-nos de que não se trata de uma batalha “entre a civilização e a barbárie, e sim entre a falsa erudição e a natureza” e com isso descarta de uma vez o próprio eixo do pensar oligárquico de seu tempo – e do nosso.[3]

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A batalha cultural em curso demanda, assim, o domínio do pensar martiano como expressão de uma visão do mundo dotada de uma ética correspondente a sua estrutura. Conhecer e dar a conhecer esta visão em sua estrutura conceitual, e na vigência do pensar que a expressa, é uma tarefa de primeira grandeza em nossos tempos.

Esta tarefa exige aprender a ler Martí além de sua indubitável atração imediata, para compreender o vínculo entre a atualidade do pensamento em sua obra e a vigência de seu pensar na nossa. Nesta leitura, tem especial importância prevenir riscos como os do anacronismo e da fragmentação, para facilitar o resgate do que é realmente essencial da obra martiana em nosso tempo: seu compromisso com o melhoramento humano, a utilidade da virtude, e a luta pelo equilíbrio do mundo.

Martí: o mundo sangra…

Um exemplo simples destes riscos consiste em nossa reação ante uma frase de Martí em que nos diz que o mundo “sangra sem cessar com os crimes que se cometem nele contra a natureza”. Uma leitura contemporânea descontextualizada deste fragmento de seu artigo de 1892 sobre o operário escritor Rafael Serra tenderia a ser ecológica, e não faltaria quem proclamasse Martí como um grande precursor do ambientalismo de nosso tempo, etc.

Aqui caberiam duas observações. Uma que, em geral, o conceito de natureza é peculiarmente complexo no pensar martiano, que sempre concebe o natural em sua íntima relação com a dimensão ética correspondente a sua concepção do mundo. Outra, que, no particular, a criação das condições culturais e políticas para a luta contra o colonialismo espanhol em Cuba foi um eixo fundamental na organização do pensar martiano.

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Visto assim, aquilo a que se refere Martí neste caso é às deformações que as sequelas culturais e morais da escravidão e do racismo impõem ao desenvolvimento humano, e em seu tempo constituíam um obstáculo sociocultural à formação da frente patriótica necessária para levar a cabo aquela luta independentista. Isto se aprecia nas linhas que antecedem a citação, com a qual culmina Martí o fragmento de que fazem parte.

A epopeia está no mundo, e jamais sairá dele: a epopeia renasce com cada alma livre: quem vê em si é a epopeia. Uns são segundos, e meras criaturas, de entupidos de livros, e se lhes tiram daqui o Spencer e dali o Ribot, e por aqui o Gibbons e por ali o Tucídides, ficariam como o manequim, sem pernas nem braços. Outros leem para saber, mas trazem a marca própria onde o mestre, como sobre a luz, não ousa pôr a mão. E artesãos ou príncipes, estes são os criadores. Epopeia é raiz.

Vão e vem as correntes humanas pelo mundo, que hoje sobrecarrega os povos de cor que temeram o ontem, e funde o ouro de suas coroas em correntes com as quais atá-los ao carro do triunfo. Desdenhou um dia o saxão, e desmereceu o trato e a amizade com o italiano ou andaluz, porque devido ao moreno da cara se achava melhor que ele; e depois o andaluz e o italiano desdenham os de tez mais morena que a sua. Os escravos, brancos ou negros, foram privados por longas gerações, pela lembrança da escravidão, mais do que pela culpa da cor, do direito de igualdade, na aptidão e na virtude, de seus antigos amos. “O mundo sangra sem cessar pelos crimes que se cometem nele contra a natureza. E quando, com o coração cravado de espinhos, um homem ama no mundo os mesmos que o negam, este homem é épico”. [4]

Martí e a cultura latino-americana

Isto não desmerece a importância das contribuições de Martí à formação de uma cultura latino-americana da natureza, nem a relevância da ideia para o ambientalismo de nosso tempo.[5] Assim, por exemplo, o dito articula-se sem dificuldade com o proposto pelo papa Francisco em sua encíclica Laudato Si’, um texto mais próximo a Martí do que imaginamos. Ali Francisco nos diz que não encaramos “duas crises separadas, uma ambiental e outra social, e sim uma única e complexa crise socioambiental”, cuja solução exige “combater a pobreza, para devolver a dignidade aos excluídos e simultaneamente cuidar da natureza.” [6]

Estes matizes não são meramente filológicos. Antes disso, fazem parte da história de nossa cultura e, por isso, da nossa vida política. Nesta história, nos encontramos ainda na fase de decomposição da hegemonia obtida pelo neoliberalismo em nossa América desde a década de 1980, para o que contribuíram também o esgotamento do modelo desenvolvimentista estabelecido pela CEPAL entre 1950 e 1970, e a bancarrota do marxismo soviético.

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Este momento de decomposição do neoliberalismo opera, assim, em um vazio ideológico que o progressismo social-democrata não chega a preencher, e que favorece em troca o auge de correntes autoritárias de claro corte conservador – e isto, entre nós, significa racista, classista e misógino. Nestas circunstâncias, no que se refere a nosso pensamento crítico, nos encontramos em uma situação que não deixa de lembrar aquela em que, em 1903, Rosa Luxemburgo encarou aqueles que proclamavam o esgotamento do marxismo, afirmando que Marx, em sua criação científica, estabeleceu distância de nós como partido de lutadores. Não é certo que Marx já não satisfaz nossas necessidades. Pelo contrário, nossas necessidades ainda não se adequam à utilização das ideias de Marx. [7]

Batalha de ideias

O mesmo cabe dizer do papel de Martí em nossa própria batalha de ideias, quando ingressamos em cheio em uma nova fase na luta pelo equilíbrio do mundo em que vivemos. Esta tarefa está longe de ser simples. Inclui tanto uma persistente divulgação e educação como a que realizam as Cátedras Martianas em muitas universidades de nossa América, como a tarefa de pesquisa e análise que nos permita identificar a chave do pensar martiano, e os termos de sua vigência.

Este trabalho de pesquisa dispõe de dois recursos incalculáveis. Um é o enorme acervo filológico, histórico, cultural e político já acumulado – e ainda em processo de incremento – pela edição crítica das Obras Completas de José Martí que leva a cabo o Centro de Estudos Martianos de Havana. O outro, a prolongada contribuição de intelectuais vinculados ao estudo da obra martiana em Cuba, nossa América e outras regiões do mundo.[8]

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Esta riqueza já acumulada permite propor como tarefa primeira identificar os conceitos fundamentais do pensar que nos ocupa. Natureza, pátria, virtude são exemplos de simples complexidade, expressos com uma só voz. Outros, como o de melhoramento humano, têm, no entanto, uma estrutura mais complexa.

Diante destas dificuldades, esta tarefa de pesquisa deve distinguir dois planos convergentes de trabalho.

O primeiro deles, vinculado à estrutura do pensar martiano, distingue entre os elementos estruturantes da visão do mundo que nos oferece a obra de Martí, e aqueles elementos estruturados por esta visão ao longo do tempo. O estruturado expressa aqui a maior ou menor atualidade do pensado por Martí em sua circunstância. O estruturante, por sua vez, dá conta da vigência do pensar martiano. Tal pode ser, por exemplo, a relação entre suas advertências sobre a necessidade de lutar pelo equilíbrio do mundo no período ascendente do imperialismo, e a noção deste equilíbrio como referência ativa na análise do conflito em curso entre a visão unipolar e a multipolar que caracteriza a etapa em curso no processo de transição que vivemos hoje.

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O segundo plano refere-se ao processo de formação e transformação do pensar martiano no período que vai de seus tempos ao nosso. Os tempos de Martí – no período que vai de sua passagem pelo México em 1875-1876 a seu exílio em Nova York, entre 1881 e 1895 – são os da formação do Estado Liberal Oligárquico, por um lado, e por outro os do desenvolvimento da oposição liberal democrática a este Estado, que viria culminar no grande ciclo revolucionário das primeiras três décadas do século XX em nossa América.

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Como é de imaginar, o sentido dos elementos do pensar martiano muda ao longo destes tempos, e torna imprescindível conhecer o alcance destas mudanças no que se refere a seus sentidos para os nossos tempos.

Estes critérios de seleção também são de restrição. De fato, ainda que não caiba estabelecer de antemão o número dos elementos conceituais a tratar, a seleção deve velar para que este número não obstaculize a tarefa maior, que consiste em compreender a visão do mundo cujo conhecimento se busca promover. A proposta destes e de outros critérios para a organização do processo de pesquisa requer, como é natural, uma análise que apenas pode ser esboçada neste momento.

Um valioso ponto de partida para esta análise pode ser encontrado nas observações de Antonio Gramsci em relação ao estudo da obra de Karl Marx, que considerava o fundador da filosofia da práxis.[9] “Se se quer estudar o nascimento de uma concepção do mundo que não foi exposta sistematicamente por seu fundador”, nos diz Gramsci, é necessário, primeiro, “reconstruir o processo de desenvolvimento intelectual do pensador em questão” a fim de identificar os elementos “que resultaram estáveis e ‘permanentes’, isto é, que foram assumidos como pensamento próprio”, pois só eles “são momentos essenciais do processo de desenvolvimento.”

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E acrescenta em seguida uma advertência que sempre convém atender. “É observação comum de todo estudioso, como experiência pessoal”, nos diz que toda nova teoria estudada com ‘heroico furor’ (isto é, quando não se estuda por mera curiosidade exterior e sim por um profundo interesse) durante certo tempo, especialmente se se é jovem, atrai por si mesma, se apropria de toda a personalidade e é limitada pela teoria sucessivamente estudada até que se estabelece um equilíbrio crítico e se estuda com profundidade, mas sem se render em seguida à fascinação do sistema ou do autor estudado.

Estas observações, acrescenta, tem especial importância na medida em que o pensador cuja obra se estuda “é mais impetuoso, de caráter polêmico, sem o espírito do sistema”, pois se trata de uma personalidade “na qual a atividade teórica e a prática estão indissoluvelmente ligadas, de um intelecto em contínua criação e em perpétuo movimento, que sente vigorosamente a autocrítica do modo mais desapiedado e consequente.” Por isso, acrescenta em seguida, a investigação “do leit-motiv, do ritmo do pensamento em desenvolvimento tem que ser mais importante do que as afirmações isoladas e casuais ou que os aforismas separados.”

Confrontados com problemas semelhantes aos que aqui expomos no que se refere à obra de Antonio Gramsci, a International Gramsci Society Italia produziu entre 2000 e 2009 um dicionário gramsciano cuja versão em espanhol está disponível na Internet. [10]

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Este trabalho circunscreveu a seleção de conceitos ao elaborado por Gramsci no período carcerário (1926-1937), restringindo-os, portanto, aos Cadernos e às Cartas do autor. Além disso, privilegiou na redação a citação textual e a sequência cronológica que permitisse reconhecer a “estratégia do pensamento e da escrita de Gramsci”, a fim de excluir “as referências aos debates entre as diversas interpretações existentes na literatura sobre os pontos, aspectos ou conceitos expostos”.

Considerando por último que a obra de Gramsci -como a de Martí-, “convida a ser interpretada, mas, ao mesmo tempo, resiste a representações que possam ser reducionistas ou pretendam ser definitivas”, o projeto estabeleceu a expressão de “vontade coletiva” como “um fio condutor […] identificável como chave de leitura de uma ‘concepção do mundo’ que não pôde ser exposta ‘sistematicamente’”. Esta expressão, recorrente na obra de Gramsci, expressa “uma preocupação de fundo [que] orienta o conjunto de seu pensamento”:
a da constituição de uma vontade coletiva que se projeta da subalternidade à autonomia e à hegemonia, isto é, da formação de um sujeito social e político organizado e criador/portador de uma concepção do mundo susceptível de impulsionar uma revolução socialista que inclua uma reforma moral e intelectual.

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Este fio condutor permitiu assim encarar o risco usual na leitura de autores como Gramsci e Martí de utilizar “de forma isolada e entrecortada frases célebres dos Cadernos, desarticulando seu pensamento e desvinculando-o do marxismo no qual se abeberou.” Com isso, da tarefa assim encarada emerge “um Gramsci tanto clássico como atual e contemporâneo,” que “percorre temáticas e questões de alcance universal que continuam rondando nossa época.” Com isso, o dicionário buscou contribuir para a aplicação rigorosa das palavras e dos conceitos gramscianos, “como imprescindíveis chaves de leitura e de ação coletiva no ‘mundo grande e terrível’ em que vivemos”.

A escala do problema assim proposto ultrapassa a capacidade de um indivíduo isolado. Sua plena solução demandará combinar a abordagem interdisciplinar do problema com a organização em rede do estudo para facilitar o diálogo entre aqueles que tenham adiantado a pesquisa sobre distintos aspectos do tema. Desta perspectiva, o Centro de Estudos Martianos conta com uma longa trajetória de pesquisa da obra martiana e com uma capacidade de convocação indispensáveis nesta tarefa.

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Daí que no marco das relações de colaboração entre o Instituto de Pesquisas Históricas da Universidade do Panamá e o Centro de Estudos Martianos foi proposta a construção conjunta do núcleo de uma rede para o estudo do pensar martiano como recurso para a construção de entendimentos e alternativas diante dos desafios da crise civilizatória que encaramos.

Em suas formas mais elementares, esta tarefa já está em curso. Vai se abrindo assim o caminho para formas cada vez mais complexas, comprovando uma vez mais que fazer, sem dúvida, é a melhor forma de dizer.

Alto Boquete, Panamá, 28 de junho de 2024

Notas

[1] “A Gonzalo de Quesada y Benjamín Guerra. Cabo Haitiano, 10 de abril [1895]”. Obras Completas. Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 1975. IV, 121.

[2] https://www.mined.gob.cu/discurso-de-fidel-castro-en-conferencia-onu-sobre-medio-ambiente-y-desarrollo-1992/

[3] “Nuestra América”. El Partido Liberal, México, 30 de enero de 1891. Ibid, VI, 17.

[4] “Rafael Serra”. Patria, 26 de marzo de 1892. Ibid, IV, 380-381.

[5] Al respecto, por ejemplo: Castro Herrera, Guillermo (2019): Naturaleza y Sociedad en la Historia de América Latina. Editorial Universidad a Distancia. San José, Costa Rica.

[6] Carta Encíclica Laudato Si’ del Santo Padre Francisco sobre el cuidado de la casa común, 2015, párrafo 139.

http://w2.vatican.va/content/francesco/es/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html

[7] “Estancamiento y progreso del marxismo”, 1903. https://www.marxistsfr.org/espanol/luxem/03Estancamientoyprogresodelmarxismo_0.pdf

[8] Al respecto, por ejemplo, Martí, José: En los Estados Unidos. Periodismo de 1881 a 1892. Edición crítica. Roberto Fernández Retamar y Pedro Pablo Rodríguez. Coordinadores. Casa de las Américas. La Habana. La antología incluye una valiosa colección de textos de estudiosos que examinan la obra martiana sobre los Estados Unidos desde las más diversas perspectivas.

[9] Gramsci, Antonio: Introducción a la filosofía de la praxis. Selección y traducción de J. Solé Tura

Click to access introduccion-a-la-filosofia-de-la-praxis.pdf

Gramsci, Antonio, (1999: 385) Antología. Selección, traducción y notas de Manuel Sacristán. Siglo XXI Editores, México y España. “Cuestiones de método.” Textos de los Cuadernos posteriores a 1931.

[10] Diccionario Gramsciano (1926-1937). Liguori, Guido; Modonessi, Massimo y Voza, Pasquale (edts.) Cagliari UNICApress, 2022. https://unicapress.unica.it/index.php/unicapress/catalog/view/978-88-3312-066-9/50/569-1


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Guillermo Castro Herrera

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